terça-feira, 19 de abril de 2011

Corrupção na Alepa - Operação do MP fortalece a luta pela CPI

Edmilson concede entrevista ao vivo à TV Liberal



Operação realizada na manhã desta terça-feira, 19, pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Polícia Civil, que investigam indícios da participação de 12 deputados estaduais em fraudes em empréstimos na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) repercutiu naquela casa. O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSol), que propõe a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as fraudes, lamentou o constrangimento a que todos os servidores do Poder Legislativo estão passando. "Tudo isso poderia ser evitado porque com a CPI seria o próprio Poder Legislativo conduzindo as investigações, e não algo de fora para dentro", disse o deputado. "Ao mesmo tempo, parabéns ao Ministério Público Estadual e à Polícia Civil pela seriedade na ação de buscar provas e coibir o crime", acrescentou.

A operação contou com a participação de 12 promotores de Justiça do Grupo Especial de Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas (Geproc) e do delegado da Polícia Civil, Rogério Morais, que cumpriram quatro mandados de prisão provisória contra servidores da Alepa, além de 12 mandados de busca e apreensão, incluindo um na casa do ex-presidente da Alepa, Domingos Juvenil. O grupo investiga, entre outras coisas, indícios da participação de 12 deputados estaduais em fraudes em empréstimos na Casa.


Edmilson declarou que a devassa que está sendo feita na Alepa, com investigações sendo feitas pelo MPE, Polícia Civil, Receita Federal e Ministério Público Federal abalam a imagem do Poder Legislativo do Pará, que é um dos pilares da democracia. "Ressalto que é mais digno ao Poder Legislativo criar a CPI e conduzir essas investigações, num ato de transparência e de recuperação da imagem desta Casa", destacou.



Quem tem medo da CPI?



Para o líder do PSol todo essa desmoralização está ocorrendo porque a bancada do governo não está querendo a criação da CPI. "Acreditamos que esses novos episódios fortalecerão a necessidade de uma CPI e que outros deputados estaduais assinarão o requerimento porque assim como nós querem ver os fatos esclarecidos e os culpados punidos porque não é justo que todo o Poder Legislativo e servidores honestos, que vivem e sustentam suas famílias com o trabalho que prestam a essa casa, também sejam constrangidos por esses fatos", ressaltou o deputado.

Segundo Edmilson, o deputado João Salame (PPS) se manifestou pessoalmente favorável à CPI. Salame disse que irá conversar com o seu partido antes de assinar o documento. "Esperamos que outros deputados também assinem o requerimento e esta casa possa tomar as rédeas dessas investigações, fazendo-a de forma profunda para limpar a imagem do Poder Legislativo Estadual", concluiu o deputado.

Prisões



Durante a operação, três servidores foram detidos durante a operação. São eles: Jorge Moisés Caddah, Semmel Charone Palmeira e Daura Irene Xavier Hage. Eles foram levados para a sede do MPE, onde prestam depoimento ao delegado Rogério Moraes, que preside o inquérito, pela DIOE (Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil). A quarta servidora, Euzilene Maria Lima Araújo, não foi encontrada pela manhã mas foi conduzida por seu advogado, às 16 horas, para prestar depoimento e depois foi encaminhada ao Batalhão do Corpo de Bombeiros, onde ficará detida junto com as outras três servidoras.

Um dos mandados de busca e apreensão cumprido na operação foi na casa do ex-deputado estadual José Robson do Nascimento, o Robgol. Em sua residência foi encontrado quase meio milhão de reais em espécie e uma quantia de R$ 40 mil em vale-alimentação. Também foram encontrados na casa de Daura Irene Xavier Hage R$ 23 mil em espécie e cerca de R$ 10 mil em vale alimentação da Assembleia Legislativa, além de muitos contra-cheques de terceiros.

Depoimento - A ex-servidora da Alepa, Mônica Alexandra da Costa Pinto, apontada como sendo a principal envolvida no esquema de fraude em empréstimos bancários naquela Casa legislativa, não foi presa e nem prestará depoimento à polícia porque segundo informou o advogado dela, Luciel Caxiado, ela está protegida por habeas corpus. O depoimento dela estava marcado para acontecer na tarde desta terça-feira (18), na Dioe.

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