As desavenças entre as Secretarias Municipal de Saúde de Belém (Sesma) e de Estado de Saúde (Sespa) chegarm ao setor de saúde mental. Ontem, um grupo de trabalhadores dos Centros de Atenção Psicológica (CAPs) protestaram em frente à Sespa, na avenida Conselheiro Furtado.
O ato, que reuniu cerca de 50 trabalhadores, segundo o movimento, marcou a paralisação das quatro unidades de CAPs administradas pelo governo em Belém. A principal reivindicação é a normalização do pagamento da Gratificação de Desempenho Institucional (GDI).
A gratificação, repassada pelo Ministério da Saúde (MS) à Sesma, já acumula o quarto atraso consecutivo.. “Chegamos a uma situação limite. Não tivemos escolha senão suspender nossas atividades”, afirmou o psicólogo Rodolfo Valentim, servidor do Caps. Os valores do benefício podem chegar a R$ 800 por servidor de nível superior. A estimativa é de que cada unidade deixou de receber R$ 34 mil de repasse.
Os servidores também se opõe ao processo de municipalização dos CAPs. Eles denunciam uma portaria assinada entre governo e prefeitura, em 2010, firmando a incorporação das casas de saúde mental do Estado pelo município. A medida deve valer a partir de junho. “Não fomos consultados em nenhum momento sobre o processo. Ele devia ser no mínimo discutido conosco”, diz Valentim.
Greve
Os manifestantes se reuniram no início da tarde de ontem com o secretário estadual de saúde, Hélio Franco, na Sespa. Mas houve impasse. O secretário pediu à comissão prazo de 48 horas para tentar resolver o problema. Os servidores optaram pela greve a partir de hoje, até uma solução.
Segundo a assessoria da Sespa, os atrasos seriam ocasionados pelo município. A briga na justiça entre Sesma e Sespa envolve R$ 40 milhões. A Sesma foi procurada, mas até o final desta edição não enviou resposta ao Diário.
EM NÚMEROS
34 mil reais é o valor estimado que cada unidade deixou de receber. (Diário do Pará)
Fonte: Diário do Pará (01/03/2012)
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