“Assume importância histórica a decisão do Ministério Público Federal, que anunciou o ingresso de ação contra o coronel da reserva do Exército Sebastião Rodrigues de Moura, o tristemente famoso ‘Coronel Curió’ pelo crime de sequestro de, pelo menos, cinco militantes do PC do B, cujo desaparecimento data do período sangrento de repressão à Guerrilha do Araguaia”, destacou o deputado estadual Edmilson Rodrigues, na tribuna da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), nesta quarta-feira, 14. Ele apresentou moção de aplausos à iniciativa do MPF.
Edmilson lembrou que a Guerrilha do Araguaia completará 40 anos no próximo dia 12 de abril. O movimento representou um dos principais nichos de resistência armada à ditadura militar no país, que levou ao sequestro e assassinato de militantes e apoiadores da guerrilha, cujos restos mortais permanecem desaparecidos até hoje. Ele é autor do Projeto de Lei n 144/2011, que cria a Comissão Estadual da Verdade para examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos ocorridos no período da ditadura, em trâmite na Alepa.
Curió será processado pelo sequestro de Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Cordeira (Lia). Como os corpos dessas vítimas não foram localizados, os procuradores do MPF consideram que o crime de sequestro é um crime permanente, não amparado pela Lei de Anistia de 1979.
“Pela primeira vez, será possível investigar e punir criminalmente um agente de Estado brasileiro que participou do extermínio de militantes da guerrilha e da feroz repressão aos camponeses do Araguaia. O Brasil é o país da América Latina que menos avançou no ‘acerto de contas’ com o ciclo sangrento dos regimes militares das décadas de 60, 70 e 80”, observou Edmilson.
Assessoria de Imprensa
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