quinta-feira, 15 de março de 2012

Pelos direitos do povo - PSOL volta a defender a federalização da Celpa


Na raiz da quase falência da Celpa, o nebuloso processo de privatização da empresa (Foto: Assessoria de Imprensa)



“Vou fazer uma guerra, se o governo (federal) entrar com mais recurso público para salvar a Celpa se for para continuar (o governo) a não ter voto nem poder de indicação dos dirigentes (da Celpa). Hoje, a Eletrobrás detém 34% das ações da concessionária, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) 9,5% e o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) 15%, ou seja, 58% e não manda nada”, criticou o deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) durante a sessão especial que debateu o pedido de recuperação judicial da concessionária de distribuição de energia elétrica do Pará, na Assembleia Legislativa do Pará, nesta quinta-feira, 15.

Edmilson lembrou que a Celpa foi privatizada pelo então governador Almir Gabriel, que era filiado ao PSDB, com o aval do atual governador Simão Jatene (PSDB) por R$ 450 milhões. O Grupo Rede, usou financiamento público do BNDES para comprar a empresa e, hoje, devido à má administração, acumula quase R$ 2 bilhões em dívidas, e não conseguiu melhorar a qualidade do serviço, o que foi usado de mote para justificar a venda da Celpa.

“O Pará possui 7,5 milhões de habitantes,mas só 1,7 milhão de unidades consumidoras com acesso a energia, sendo 630 mil em Belém. A Rede Celpa reduziu o quadro funcional, terceirizou serviços, transferiu recursos para as empresas subsidiárias do grupo fora do Estado e ainda quer fixar uma nova tarifa com aumento de 20,14%”, reclamou. Edmilson criticou a ausência do governo do Estado e da Eletrobrás na audiência.

O promotor de justiça de Falência e Recuperação Judicial, do Ministério Público do Estado, Sávio Brabo, disse que é o primeiro caso de falência de uma concessionária pública no Brasil. Ele reclamou que a empresa deveria ter anexado o plano de recuperação ao pedido de recuperação judicial e destacou que dará prioridade à remuneração dos trabalhadores urbanitários, que são os principais responsáveis por levar energia aos consumidores. Ele está levantando os bens dos proprietários da Rede Celpa e disse que pedirá judicialmente o bloqueio desses bens como garantia de pagamento. O administrador designado pela justiça, o advogado Mauro Santos, responsável pela elaboração do plano de recuperação da Celpa, falou que vai lutar pelos empregos da empresa. Já os diretores financeiro e de planejamento da concessionária, Mauro Chaves e Álvaro Bressan, não explicaram os motivos que levaram à empresa a ficar com dívidas e nem como farão para tirar a Celpa da crise.

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