Em 2010 o Pará viveu a epidemia da chamada ‘gripe suína’ e registrou, apenas nos três primeiros meses daquele ano, 23 mortes causadas pela doença. O vírus Influenza A ou H1N1 chegou a infectar 299 pessoas e mais 514 foram diagnosticados com doenças respiratórias graves, totalizando 813. Mas de 2010 para cá o alarme perdeu a força, e a maioria da população acabou esquecendo a doença.
De acordo com o médico infectologista Newton Bellesi, o vírus da influenza A (H1N1), continua circulando, porém, de forma menos intensa. O médico ainda alerta para a grande variedade existente de vírus da gripe e que podem contaminar as pessoas mais suscetíveis. “O vírus do H1N1 continua circulando, mas não com aquela exuberância. Enquanto tiverem pessoas suscetíveis ao vírus, ele vai circular”, afirmou.
“Todos os vírus de gripe são praticamente iguais, mas alguns variam pelo poder de infectividade. Cerca de um milhão de pessoas morrem no mundo em decorrência da gripe de vários tipos de vírus”. Para Newton, a única forma de prevenir-se contra a contaminação pelo H1N1, assim como pela contaminação de qualquer outro tipo de vírus da gripe, é a vacinação. “A gripe é considerada a última doença que a sociedade ainda não conseguiu controlar, então, a forma de prevenir é a vacinação. Ela é o que temos de melhor, embora não faça efeito em todas as pessoas e que precise ser feita a cada ano”.
É PREOCUPANTE
Para a população, os baixos índices de notificação dos casos graves representam a possibilidade de relaxar com os cuidados. Rafael Silva Chaves, 29, auxiliar administrativo, diz não dar tanta importância à prevenção.
“Vou ser honesto. Depois que passou a época da epidemia eu parei de me preocupar. A gente tem a sensação de que se parou de ser noticiado é porque não tem mais problema. Eu não me preocupo mais, não vejo tanta mobilização como foi na época que surgiu o vírus”.
Ainda que a vacina seja oferecida pelo SUS, o infectologista acredita que a mesma deve ser planejada de acordo com os períodos chuvosos, no caso da região Norte. “O vírus da H1N1 circula junto com os vírus das chamadas gripes sazonais. A estação acompanha o período da chuva, por isso, a vacinação na região Norte deveria acontecer no período de outubro a dezembro”.
Protocolo pode evitar evolução grave da gripe, diz Sespa
Após a pandemia da gripe A em 2010, a Sespa passou a monitorar o vírus influenza e divulgou o protocolo de tratamento para as síndromes gripal e respiratória. A diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica, Ana Lúcia Ferreira, diz que o protocolo mostra como deve ser o procedimento nas Síndromes Gripal (SG) e Respiratória Aguda Grave (SRAG), que podem ser causadas por variações do vírus Influenza, como o H1N1.
“Esse novo protocolo é uma ferramenta de prevenção com instruções básicas que podem retardar e até impedir que a doença venha a evoluir para a forma mais grave”, ressalta. Segundo o protocolo, os sintomas clínicos compatíveis com síndrome respiratória aguda grave, devem ser examinados minuciosamente. Pessoas que apresentem complicações, como sintomas de insuficiência respiratória, evolução para outras disfunções orgânicas como insuficiência renal aguda, hepática ou disfunção neurológica devem ser internadas.
“É necessário que os profissionais notifiquem, pois existem casos em que a pessoa diagnosticada com a doença precisa de isolamento ou tratamento urgente”.
RESUMO
GRIPE A (vírus H1N1)
Em 2010, 23 mortes no Pará
299 infectados, com mais 514 diagnósticos graves.
Em 2011, 27 casos e em 2012 nenhum.
CUIDADOS
Não ir a locais muito movimentados; Ao espirrar ou tossir, cobrir a boca e nariz; Evitar contato com superfícies, maçanetas e objetos pessoais; Ir ao médico, principalmente se for do grupo de risco (crianças, idosos, portadores de doenças respiratórias, gestantes)
(Diário do Pará)
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