sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pensamento Crítico - Amy Goodman - Herança do 11 de setembro: Cheney, Rumsfeld e a obscura arte da propaganda

Do Ópera Mundi

"Quando se mente, deve-se mentir grande e ser fiel a essa mentira", escreveu Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda do Reich alemão em 1941. O ex-vice-presidente Dick Cheney parece ter adotado o famoso conselho nazi em seu novo livro: "Em meu tempo". Cheney continua sendo fiel a suas convicções em temas que vão desde a invasão do Iraque até o uso da tortura. Durante uma entrevista ao programa Dateline, da NBC News, ele disse em referência às revelações deste livro: “Elas farão rolar muitas cabeças em Washington”. As memórias de Cheney seguem as de seu colega e amigo Donald Rumsfeld. Enquanto ambos promovem sua própria versão da história, há gente que os desafia e enfrenta.

O título do livro de Rumsfeld, “Conhecido e desconhecido”, provém de uma tristemente célebre resposta que deu durante uma conferência de imprensa no Pentágono quando era ministro da Defesa. No dia 12 de fevereiro de 2002, quando tentava explicar a falta de evidências vinculando o Iraque às armas de destruição de massa, Rumsfeld disse: “Há conhecidos que conhecemos, há coisas que sabemos que sabemos. Também sabemos que há conhecidos que desconhecemos, o que quer dizer que sabemos que há algumas coisas que não sabemos. Mas também há coisas desconhecidas que desconhecemos, aquilo que não sabemos que não sabemos”.

A enigmática declaração de Rumsfeld tornou-se famosa e emblemática de seu desdém pelos jornalistas. É considerada como um símbolo das mentiras e manipulações que levaram os Estados unidos à desastrosa invasão e ocupação do Iraque.

Uma pessoa que se convenceu graças à retórica de Rumsfeld foi Jared August Hagemann.

Hagemann se alistou no exército para servir seu país, para fazer frente às ameaças que repetidamente mencionava o ministro da Defesa Rumsfeld. Quando o soldado do comando do exército dos EUA recebeu a carta de notificação para seu mais recente deslocamento ao campo de batalha (sua esposa não lembra se era o sétimo ou oitavo), a pressão foi demasiada. No dia 28 de junho de 2011, Jared Hagemann, de 25 anos de idade, atirou em su mesmo na base conjunta Lewis-McChord, perto de Seattle. O Pentágono disse que Hagemann morreu por causa de um ferimento de bala “auto-infligido”, mas ainda assim não falou em suicídio.

Clique aqui para continuar lendo.

Um comentário:

  1. Esse carniceiro do Rumsfeld parece ter reproduzido bem a tese do Goelbs, segundo o qual, uma mentira repetida várias vezes se transforma verdade. POrém, nos dias de hoje, não dá mais para susutentar o insustentável, porque não há nada plausível, e nunca houve, que justificasse uma guerra insana, que consumiu a vida de cerca de 100 mil civis inocentes. As armas de dstruição em massa, como se sabe hoje, foi o mais ardiloso pretexto usado para uma demonstração de força do império ianque, e para escamotear os reais interesses de expansão imperialista e de de busca de reserva de petróleo. Portanto, é como dizia Sófocles:" nenhuma mentira sobrevive até atingir idade adulta". Não é mesmo??

    ResponderExcluir