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Revolta popular? Vandalismo? Descrença nas autoridades? Como classificar os dois episódios registrados, há poucos dias, em Sebastião da Boa Vista, no Marajó, e em Altamira, no sudeste paraense? Na primeira cidade, houve a destruição do quartel da Polícia Militar e a depredação
da delegacia da Polícia Civil, com a libertação de 16 presos, depois que um policial militar matou um rapaz, com um tiro na cabeça. Em Altamira, 50 taxistas invadiram a delegacia para resgatar um companheiro de profissão, preso sob a acusação de participar do assassinato de um
adolescente. Detalhe: o jovem foi morto (com 17 facadas e ainda passaram com um carro em cima do corpo dele) por um grupo de taxistas, por supostamente ter participado do assalto a um deles.
Nos dois casos, as pessoas se acharam no direito de, supostamente, fazer justiça com as próprias mãos.A pedido de O LIBERAL, o deputado estadual Edmilson Rodrigues, o promotor de Justiça Aldir Viana, o advogado Agnaldo Corrêa, vice-presidente da Comissão de Atividade Policiais da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pará, e o diretor de Polícia do Interior, da Polícia Civil, Sílvio Maués, analisaram esses acontecimentos.
Para o deputado Edmilson Rodrigues, “os fatos bárbaros ocorridos em São Sebastião da Boa Vista e em Altamira revelam a grave crise de insegurança e violência que toma conta de todas as regiões do Estado”. Ele afirma: “É uma completa barbárie que sinaliza para a iminência de tra
gédias mais que anunciadas. Urge que providências sejam tomadas”. Por solicitação do parlamentar, os líderes de partidos aprovaram o convite para que o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernandes, desse explicações na Assembleia Legislativa, na quarta-feira (14). Conforme Edmilson, o secretário divulgou “dados de uma pretensa diminuição nas estatísticas
da criminalidade a partir de janeiro deste ano. Como em um passe de mágica, a partir do início da gestão de Simão Jatene, as planilhas da Secretaria de Segurança Pública começaram a registrar curvas descendentes nas mais diversas modalidades de crimes, muito embora, na vida real, o que se vê é justamente o contrário”.
A crise da segurança pública é muito séria e profunda, afirma, para acrescentar: “Como falar em diminuição da criminalidade se a população da capital e do interior vive refém do medo e da completa insegurança? O que se vê nas ruas é o fortalecimento das organizações criminosas, especialmente voltadas ao tráfico de drogas, que decide quem morre e quem vive na sociedade,
sem que as autoridades consigam esboçar reação”.
Fonte: O Liberal (19/09/2011)
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