quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sessão Especial - Edmilson rebate argumentos para a divisão do Pará

Edmilson: "Há muito interesse externo em esquartejar o Estado"

O auditório João Batista, na Alepa, ficou lotado durante a sessão especial

“É verdade que o povo (do Pará) sente o abandono, mas tem gente querendo faturar em cima desse abandono”, disse o deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) ao criticar a emancipação das regiões do Carajás e do Tapajós, durante sessão especial promovida pela Assembleia Legislativa do Pará, na manhã desta quinta-feira, 15. O auditório João Batista estava lotando de representações políticas e sociais pró e contra a divisão.
“O povo vai viver dias piores com a divisão porque o recurso público vai servir para atender mais mordomia e corrupção, enquanto vai continuar faltando remédio e professor para a população. É não e não”, criticou Edmilson, que complementou a frase com o slogan da campanha antidivisão.
Durante a sessão, o líder do PSOL destacou que a divisão do território paraense interessa muito mais a outros Estados. Ele lembrou que o deputado federal Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) foi quem propôs o plebiscito (para criação dos novos Estados a partir do Pará) e a Assembleia Legislativa de Goiás foi que entrou na justiça para que somente as populações das regiões propensas à emancipação pudessem votar, excluindo do plebiscito o restante dos paraenses. Edmilson também rebateu alguns argumentos do bloco político que defende a divisão do Estado. "Há muito interesse externo em esquartejar o Estado".
Edmilson destacou que o Pará é quarto na balança comercial do país, onde apenas 2,5 milhões do total de 7,5 milhões de habitantes vivem com R$ 2,00 por dia, ou seja, o mesmo valor com que os Estados Unidos mantém cada cabeça de gado.
O psolista também rebateu os argumentos de que o Pará remanescente e os dois novos estados, se a divisão for concretizada, terão o Fundo de Participação do Estado (FPE) ampliado. "Como se faz essa matemática? Vamos dividir o Pará para entrar mais dinheiro? De onde (o dinheiro) vai sair? Só se for pra quem quiser continuar acreditando em Papai Noel. Serão R$ 5 bilhões, segundo o Ipea, para implantar novos palácios nos Estados", destacou.
"Os que defendem a divisão dizem que o Pará vai virar uma Suíça. Serão seis senadores com mais carros oficiais, mais privil[egios, planos de saúde para a família toda, assessores, mais 16 deputados federais, mais 24 deputados estaduais. será uma maravilha para as empreiteiras!", criticou. "Nem economizamente, socialmente, culturalmente se justifica retalhar o Pará. É uma incoerência. O Pará não sairá o mesmo após esse plebiscito porque todos concordam que a administração pública precisa melhorar em todo o Pará. Não vamos deixar que a fragmentação do Pará ocorra. É não e não!"


Fotos: Assessoria de Imprensa

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