Da Folha de São Paulo
Discurso do presidente Mahmoud Abbas na ONU foi assistido em telões por multidões emocionadas em Ramallah
Manifestações foram pacíficas, exceto em Nablus (Cisjordânia), onde um palestino foi morto por israelenses
Manifestações foram pacíficas, exceto em Nablus (Cisjordânia), onde um palestino foi morto por israelenses
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A RAMALLAH
Euforia e ceticismo estiveram lado a lado ontem em Ramallah, na Cisjordânia, no que muitos palestinos consideraram o dia mais importante de sua história.
O "dia D" palestino foi marcado pelo clima de celebrações e por manifestações pacíficas em apoio ao pedido de reconhecimento na ONU.
Mas também houve violência. Um palestino foi morto a tiros em confrontos com soldados e colonos israelenses perto de Nablus, norte da Cisjordânia.
O discurso do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, levou ao delírio milhares de pessoas reunidas numa grande festa montada no centro de Ramallah, para a transmissão do discurso na Assembleia-Geral da ONU.
Mas em meio ao mar de bandeiras palestinas havia muitos pessimistas quanto às chances de que o pedido de reconhecimento na ONU mude algo na prática.
A estudante de jornalismo Hiba Mekdad, 22, chutou o ceticismo e foi à celebração na praça Iasser Arafat, onde havia um palco com o telão.
"Isso é maravilhoso, o apoio do mundo nos enche de orgulho e esperança."
Ao lado das amigas, ela segurava uma bandeira com o número 194, referência à posição que a Palestina ocuparia na ONU, hoje formada por 193 países-membros.
O chileno-palestino Xavier Abu Eid, membro da equipe de negociação da ANP, deixou de lado a frieza das estratégias políticas e se entregou à emoção do momento.
"É o dia mais feliz da minha vida", afirmou, sem conseguir esconder as lágrimas. "Hoje o presidente falou por 64 anos de silêncio forçado do povo palestino."
O discurso de Abbas foi acompanhado quase sempre em silêncio emocionado pela plateia, que explodiu em gritos quando ele confirmou que já havia entregue o pedido que a Palestina se torne membro pleno da ONU".
De sua lanchonete, numa das esquinas mais movimentadas da praça, Raymon Bushehr, 50, assistia de camarote à celebração, sem esconder sua preocupação.
"Habituei-me a ser pessimista", disse ele. "Acho que a situação vai piorar antes de melhorar, porque a pressão israelense será ainda maior."
A poucos metros dali, no café Brasil, um dos mais tradicionais de Ramallah, Jamal Shahin, 55, ia mais longe.
"É uma manobra política que só interessa ao Abbas", disse. "Não confio na ANP, ela continua a ser uma marionete de Israel e dos EUA."
ENVIADO ESPECIAL A RAMALLAH
Euforia e ceticismo estiveram lado a lado ontem em Ramallah, na Cisjordânia, no que muitos palestinos consideraram o dia mais importante de sua história.
O "dia D" palestino foi marcado pelo clima de celebrações e por manifestações pacíficas em apoio ao pedido de reconhecimento na ONU.
Mas também houve violência. Um palestino foi morto a tiros em confrontos com soldados e colonos israelenses perto de Nablus, norte da Cisjordânia.
O discurso do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, levou ao delírio milhares de pessoas reunidas numa grande festa montada no centro de Ramallah, para a transmissão do discurso na Assembleia-Geral da ONU.
Mas em meio ao mar de bandeiras palestinas havia muitos pessimistas quanto às chances de que o pedido de reconhecimento na ONU mude algo na prática.
A estudante de jornalismo Hiba Mekdad, 22, chutou o ceticismo e foi à celebração na praça Iasser Arafat, onde havia um palco com o telão.
"Isso é maravilhoso, o apoio do mundo nos enche de orgulho e esperança."
Ao lado das amigas, ela segurava uma bandeira com o número 194, referência à posição que a Palestina ocuparia na ONU, hoje formada por 193 países-membros.
O chileno-palestino Xavier Abu Eid, membro da equipe de negociação da ANP, deixou de lado a frieza das estratégias políticas e se entregou à emoção do momento.
"É o dia mais feliz da minha vida", afirmou, sem conseguir esconder as lágrimas. "Hoje o presidente falou por 64 anos de silêncio forçado do povo palestino."
O discurso de Abbas foi acompanhado quase sempre em silêncio emocionado pela plateia, que explodiu em gritos quando ele confirmou que já havia entregue o pedido que a Palestina se torne membro pleno da ONU".
De sua lanchonete, numa das esquinas mais movimentadas da praça, Raymon Bushehr, 50, assistia de camarote à celebração, sem esconder sua preocupação.
"Habituei-me a ser pessimista", disse ele. "Acho que a situação vai piorar antes de melhorar, porque a pressão israelense será ainda maior."
A poucos metros dali, no café Brasil, um dos mais tradicionais de Ramallah, Jamal Shahin, 55, ia mais longe.
"É uma manobra política que só interessa ao Abbas", disse. "Não confio na ANP, ela continua a ser uma marionete de Israel e dos EUA."
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