De O Liberal
Sete a cada dez adolescentes estão envolvidos com tráfico de drogas e prostituição na zona periférica de Abaetetuba - município paraense localizado na região do Baixo Tocantins, a 90 quilômetros da capital. De acordo com levantamentos do Conselho Tutelar local, são feitos, em média, 100 atendimentos mensais, envolvendo crianças e adolescentes vítimas de entorpecentes e prostituição infantil. Após as 18 horas, é possível constatar, em vários pontos da cidade, a
série de mazelas que inviabilizam o futuro de milhares de jovens. Sucateada, e sem qualquer infraestrutura, a rede social que deveria cuidar dos direitos destes adolescentes sucumbiu à falta de condições de trabalho, mas, ainda assim, os conselheiros tutelares agem no fio da navalha de uma política pública falida e na mira dos traficantes, ameaçados e sem nenhuma segurança.
No último mês de julho, mais de 20 casos de abuso sexual contra menores foram protocolados no Conselho Tutelar de Abaetetuba. Este aumento, segundo explica a conselheira tutelar Tatiana
Rodrigues, se deu por causa do avanço do tráfico de drogas na região, que desencadeia uma
série de outros problemas para as famílias abaetetubenses.
“As próprias comunidades, que vêem estes meninos crescerem, denunciam. Em algumas situações, os familiares também entram em contato conosco, por não agüentarem mais os atos violentos”, relata, ao lembrar que os adolescentes envolvidos com as drogas são frutos de famílias desestruturadas, nem sempre de baixa condição financeira.
A conselheira tutelar diz que as drogas amarram as jovens à prostituição. “Na maioria dos casos em que as meninas se prostituem, os ganhos servem para alimentar o vício. Temos ocorrências de garotas que só se prostituem para financiar as drogas”, diz ela.
Como as adolescentes se tornam viciadas, passam a fazer parte de uma rede que envolve agenciadores, aliciadores e traficantes.
Para ler a matéria completa consulte a edição de hoje de O Liberal.
Foto: Edivaldo Pamplona/O Liberal
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