terça-feira, 1 de março de 2011

Sabatina - PSOL critica modelo devastador


Durante a inquirição feita pelo Poder Legislativo aos titulares do Ideflor, Iterpa e Adepará, o deputado estadual Edmilson Rodrigues defendeu a necessidade de preservação ambiental e das ações dos órgãos estarem voltadas para o desenvolvimento social. Ao diretor geral do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), José Alberto da Silva Colares, Edmilson destacou que a legislação ambiental em vigor é responsável pelo insucesso da preservação ambiental no Estado. Para Edmilson a Lei de concessão de florestas públicas privatiza as florestas brasileiras e compromete a soberania do país. "O que se tem visto é a privatização das nossas florestas, visando apenas o lucro, e não atentando para a preservação ambiental", avalia Edmilson.

Grilagem e ataque aos quilombolas

Ao presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Carlos Alberto Lamarão Corrêa, o deputado criticou o descontentamento expressado pelo titular do Iterpa ao se referir à decisão do corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, que anulou os cinco mil títulos de terras no Pará, do período de 1934 até hoje, por suspeita de grilagem de áreas públicas. "A decisão judicial é positiva e deve ser elogiada, e não criticada porque combate a grilagem que tem sido praticada há décadas em nosso Estado", disse o deputado. Edmilson criticou, também, o fato do presidente do Iterpa ter advogado em defesa do grande fazendeiro Liberato de Castro, que foi proibido pela Justiça Federal de expulsar ou agir contra quilombolas, que vivem desde o século XIX entre os igarapés Murucutu e Caju, em Cachoeira do Arari, no arquipélago do Marajó, acrescentando que a decisão judicial se baseia em um laudo antropológico feito pela renomada pesquisadora Rosa Maria Acevedo Marin, da Associação das Universidades da Amazônia (Unamaz).

Exportar é o que importa?


Já ao diretor geral da Adepará, Mário Moreira, o deputado destacou a necessidade de se rever a forma de produção de bovinos no Pará e resolver o problema da febre aftosa. Segundo Edmilson, mais de 90 municípios paraenses estão classificados em risco médio e alto para febre aftosa. Além disso, a produção do boi em pé é voltada para a exportação e beneficiada pela Lei Kandir, que desonera as exportações. "Essa produção não deixa nada de imposto, aqui, no Pará, gera poucos empregos e desmata nossas florestas. É preciso rever esse modelo, verticalizar a produção para gerar mais empregos e desenvolver ações de preservação ambiental no setor", concluiu o deputado.

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