domingo, 20 de março de 2011

Intervenção militar na Líbia - De novo, sangue por petróleo


Ontem (19), mais de uma centena de mísseis foram lançados contra o território da Líbia. A coalizão liderada pelos Estados Unidos, que inclui ainda França, Grã-Bretanha, Canadá e outros países satelizados, atua sob amparo de resolução do Conselho de Segurança da ONU, supostamente para proteger a população civil dos ataques do regime do ditador Muamar Kadafi.
Filme tantas vezes repetido. O interesse dos governos imperialistas está longe de ser a preservação da vida e da segurança da juventude e dos trabalhadores líbios que ousaram enfrentar um governo que até poucas semanas contava com total apoio - político e militar - do chamado mercado globalizado.
Pergunta-se: por que não há intervenção militar para deter o banho de sangue no Bahrein e na Arábia Saudita? Por que, no caso da revolução no Egito, o "apoio" das grandes potências foi apenas retórico?
Por trás de tudo, como sempre, o controle das fabulosas reservas petrolíferas e a supremacia dos oligopólios estrangeiros que ficaram, há décadas, suas garras nessa estratégica região do globo.

Vejam, a seguir, a íntegra da resolução sobre a crise na Líbia aprovada pela Executiva Nacional do PSOL:

Todo apoio à resistência do povo Líbio! Fora Khadafi! Nenhuma intervenção imperialista!


O ditador Khadafi resiste com bombas, balas e seus mercenários à heróica luta do povo em rebelião. O passado de enfrentamentos com o imperialismo ficou longe. Há quase 20 anos que Khadafi converteu-se em um fiel aliado dos interesses das multinacionais petroleiras, do imperialismo ianque e europeu. Sua ditadura proíbe a liberdade para que o povo se organize política e sindicalmente, a repressão aos lutadores populares, sindicais e estudantis, cárcere e tortura para quem tenta expressar divergências.

Como parte do processo de revoltas no norte da África, onde os povos do Egito e Tunísia protagonizam um fantástico triunfo democrático ao derrubar Mubarak e Bem Ali, também ambos ditadores pró-imperialistas, o povo da Líbia se levantou contra o cruel ditador Khadafi e há um mês vem conquistando cidades e somando setores da população à luta contra o ditador.

O PSOL expressa sua total solidariedade e apoio ao povo líbio e sua valorosa resistência, com o objetivo de derrotar o ditador e genocida Khadafi. Neste sentido, tem que ser feitos todos os esforços humanos, materiais e políticos para efetivar de solidariedade à resistência líbia.

No entanto, alertamos que o imperialismo, por meio de sua hipócrita atitude, não está defendendo a resistência nem aposta no triunfo do povo na sua luta para derrocar o ditador. A política dos EUA e Europa não é para ajudar o povo líbio na sua luta contra Khadafi. Sua intervenção por meio da sua zona de exclusão – uma vez que Khadafi avança sobre as posições da rebelião – foi planejada para incrementar sua capacidade de influenciar na resolução política da crise, pactuando um novo governo que mantenha intactos seus interesses na região e possa servir como base para se recuperar na área.
Portanto, o PSOL declara: todo apoio à resistência do povo Líbio! Fora Khadafi. Nenhuma intervenção imperialista!

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