segunda-feira, 28 de março de 2011
Direitos Humanos - Assembleia Legislativa faz homenagem às religiões afro-brasileiras
Em sessão solene realizada no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, 11 representantes de religiões afro-descendentes foram homenageados com a comenda "Mãe Doca". O deputado estadual Edmilson Rodrigues homenageou Pai Walmir, do candomblé Ketú. Professor universitário e Doutor em Educação, Pai Walmir falou aos presentes, representando todas as correntes religiosas representadas na solenidade. "Essa comenda é mais uma forma de nos identificar e de nos auto-afirmarmos como religião afro-descendente e romper com a intolerância, que ainda é grande", destacou.
O líder religioso do candomblé Ketú ressaltou que as religiões afro são as mais antigas do mundo porque surgiram há mais de nove mil anos, no berço da humanidade, que é a África. "A medida que a Alepa começa a nos reconhecer como lideranças religiosas, a sociedade também nos reconhece e nos respeita porque essa é a Casa do Povo, que está, aqui, representado, através de seus parlamentares", ressaltou Pai Walmir.
Emocionado, Edmilson Rodrigues ressaltou que o sonho de uma sociedade verdadeiramente democrática, justa, igualitária e feliz só é possível com o respeito às diferenças. "A luta pela igualdade é indissociável da afirmação do princípio do respeito às diferenças, seja de raça, credo, sexo e outras. Se não forem respeitadas essas diferenças, não se pode falar em democracia, justiça e igualdade", enfatizou.
O deputado lembrou a Festa das Raças, realizada em sua gestão como prefeito de Belém. Na ocasião, Edmilson recebeu no Palácio Antonio Lemos, lideranças afro-religiosas que, pela primeira vez, adentraram num prédio do governo municipal. A sessão solene foi realizada a partir de um requerimento da deputada estadual Bernadete Ten Caten (PT) e contou também com a participação do presidente da Alepa, deputado Manoel Pioneiro (PSDB), deputado Edilson Moura (PT) e Fernando Coimbra.
A comenda Mãe Doca é uma homenagem à Rosa Viveiros, uma referência histórica de liderança afro-religiosa, que sempre lutou pela resistência da cultura e religião afro-brasileira. Maranhense, ela viveu em Belém boa parte de sua vida, foi perseguida e presa durante o regime militar e marcou a história de luta e resistência das religiões afros no Pará. Atualmente, no Pará, estima-se que exista cerca de 18,3 mil terreiros, sendo cerca de 1,5 mil só em Belém.
Foto: Assessoria de Imprensa
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