quarta-feira, 1 de junho de 2011

CPI da Alepa - Edmilson destaca Caminhada contra a corrupção e cobra apoio à CPI

O povo paraense toma as ruas: todos contra a corrupção


O deputado Edmilson Rodrigues, líder do PSOL, fez hoje, 01, pela manhã uma dura cobrança pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os desvios de recursos públicos na área administrativa da Casa.
Ao registrar a importância da Caminhada contra a Corrupção, pela Vida e pela Paz, realizada no sábado , 28, com mais de 15 mil pessoas, Edmilson disse estranhar que uma manifestação tão vigorosa não repercuta na Assembleia. "Não por coincidência, a caminhada terminou aqui nos portões do Palácio Cabanagem. Por isso, é absolutamente indefensável que este poder permaneça surdo ao clamor popular", destacou.
Ele novamente questionou a postura de algumas bancadas que ainda não se dispõem a assinar o pedido da CPI proposta. Segundo Edmilson, “não há qualquer justificativa para protelar essa medida. A demora apenas serve para manter essa sangria interminável.”
O deputado Edmilson criticou a postura do atual senador pelo Pará, Mário Couto, que, ao ver pessoas ligadas a ele vinculadas ao escândalo, reagiu atacando o promotor Nelson Medrado, responsável pelo caso. “Melhor fará o senador Mário Couto se, ao invés de continuar recorrendo a ameaças e chantagens públicas, utilize sua força política junto aos parlamentares de seu partido o PSDB, para que todos venham a aderir ao requerimento de instalação da CPI, espaço adequado inclusive para que sua defesa seja realizada com total liberdade e transparência”, declarou.
Edmilson fez uma um chamado especial a um grupo de parlamentares que estão sendo citados nas investigações preliminares do Ministério Público. Para o parlamentar do PSOL, Martinho Carmona (PMDB), Cilene Couto (PSDB) e Alessandro Novelino ( PSC) deveriam se juntar aos 11 deputados que já assinaram o requerimento da CPI. Ele também defendeu a CPI como uma defesa a quaisquer prejulgamentos que os deputados estejam sofrendo. “A CPI não nascerá para condenar a priori quem quer que seja. Ao contrário, ela é mais um meio de se garantir inclusive o direito de defesa e a apuração de todas as denúncias”, finalizou.

Leia a íntegra do pronunciamento:

"A Caminhada contra a corrupção, pela vida e pela paz, realizada no sábado, 28, foi uma grande vitória para a sociedade paraense. Cerca de 15 mil pessoas e representantes de mais de 100 entidades sindicais, estudantis, comunitárias, além de lideranças religiosas, tanto da capital quanto do interior, lotaram ruas e praças da capital num verdadeiro movimento cívico pela ética na política. Está de parabéns a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Secção Pará, promotora do evento, e todos os que se somaram nessa que foi a maior demonstração de mobilização social em muitos anos em nosso estado.

Não por coincidência, a caminhada terminou aqui nos portões do Palácio Cabanagem. Por isso, é absolutamente indefensável que este poder permaneça surdo ao clamor popular. Todos sabem que o mote principal da mobilização foi a exigência de punição exemplar aos envolvidos nas falcatruas que sangraram em milhões e milhões os cofres desta Assembleia. Todos sabem que os milhares de paraenses que vieram aqui para clamar pela imediata instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que desde 22 de fevereiro tentamos instalar como meio mais adequado à completa e total apuração dos malfeitos.

Entretanto, tudo isso parece não dizer respeito a esta Casa. Ao que parece, muitos ainda preferem investir na estratégia de avestruz, enfiando a cabeça num buraco, cada vez mais largo e profundo, apostando na desmobilização da sociedade.

Afirmo mais uma vez: esta postura é um enorme equívoco e tem trazido como resultado a ampliação da crise e o aprofundamento do desgaste – o maior em toda a história deste Legislativo – junto à opinião pública.

Esta grande demonstração de força e de vontade de lutar contra a corrupção e a impunidade, simbolizada pela Caminhada de sábado passado, não pode cair no vazio. Estas pragas sociais – a corrupção e a impunidade - são responsáveis por um genocídio cotidiano. O dinheiro desviado é o mesmo que falta na hora mais dramática em que o cidadão padece sem assistência médica, sem segurança, sem políticas sociais que assegurem condições dignas de vida e de trabalho. Essa consciência cidadã está impregnada em amplas parcelas de nosso povo, independente de cor partidária ou posição econômica. Quem resolver fechar os olhos a esse fenômeno pagará um enorme preço.

Agora, novamente, a palavra está com esta Casa. Não é possível fazer ouvido de mercador a este chamado da sociedade paraense. O que justifica a resistência à CPI? O que nos impede de assumir, de forma soberana e constitucional, as rédeas da investigação, que será sempre isenta, mas implacável com todo e qualquer ato de corrupção?

Nas últimas semanas o escândalo só tem se ampliado. Basta ler os jornais diários e assistir às TVs e às rádios. A avalanche de revelações de como funcionava o esquema criminoso que se implantou, durantes anos a fio, na área administrativa desta Assembleia deveria causar aqui dentro a mesma indignação que causa no cidadão comum. Por que isso não acontece? A quem se pretende proteger?

Reitero, portanto, o apelo para que, sem demora, instalemos a CPI. Não há qualquer justificativa para protelar essa medida. A demora apenas serve para manter essa sangria interminável.
Vejam, a título de exemplo, a situação constrangedora do ex-presidente e atual senador, Mário Couto. Acuado diante das evidências de envolvimento no escândalo de pessoas ligadas intimamente a ele, o senador reage atacando de forma despropositada a atuação do promotor Nelson Medrado, reconhecidamente um dos membros do Ministério Público Estadual de maior respeitabilidade.

Melhor fará o senador Mário Couto se ao invés de continuar recorrendo a ameaças e chantagens públicas, utilize sua força política junto aos parlamentares de seu partido, o PSDB, para que todos venham a aderir ao requerimento de instalação da CPI, espaço adequado inclusive para que sua defesa seja realizada com total liberdade e transparência.

Apelo, especialmente, aos parlamentares que nos últimos dias têm sido citados pela imprensa a partir das apurações preliminares do Ministério Público. Não estou fazendo qualquer prejulgamento. A CPI não nascerá para condenar a priori quem quer que seja. Ao contrário, ela é o único meio de se garantir inclusive o direito de defesa e a apuração de todas as denúncias. Por isso, conclamo especialmente o deputado Martinho Carmona, a deputada Cilene Couto e o deputado Alessandro Novelino, a que se somem aos 11 parlamentares que já subscrevemos o requerimento. Façam como o deputado Gabriel Guerreiro, que teve firmeza e altivez para mudar de posição, quando seu nome foi citado em matéria da revista Carta Capital, passando a defender concretamente a instalação da CPI.

Não se pode mais tapar o sol com a peneira. O escândalo da malversação de recursos nesta Casa atinge proporções gigantescas. Não se trata apenas de fraudes na folha de pessoal. São suspeitas fundadas de um processo sistêmico de corrupção que atingiu praticamente todas as áreas da gestão administrativa, incluindo contratos e convênios. Isso tudo não pode terminar impune.
A hora é agora, vamos dar a resposta que o povo paraense exige".


Foto: OAB-PA

Um comentário:

  1. Anônimo disse...Tá na hora de dá uma faxina na Alepa, e execrar da política parense essa corja (família Couto, Juvenil e cia), que há anos se locupletam com dinheiro desviado dos cofres públicos, enquanto a sociedade paraense agoniza com a falta de políticas púbicas. Portano, tá de parabéns o Edmilson e todos aqueles que fazem eco ao clamor da sociedade pela CPI e contra a corrupção.

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