Santa Maria de Belém, capital do "Estado do Grão-Pará"
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"(...) Quando o sol do dia 25 de julho (de 1819) nasceu claro no horizonte, iluminou em torno de nós um labirinto de ilhas grandes e pequenas, e, no fundo do painel, a margem do continente e a fronteira Ilha de Marajó. Ostentava-se cerrada alta, verde, pujante, a mata em volta, solene e tranquila, como se acabasse justamente de surgir das águas criadoras. (...) Cerca do meio-dia, chegamos à vista de uma pequena fortaleza sita à margem do rio, o forte da Serra; e, logo depois, apareceu a cidade do Pará, com seu casario asseado, a catedral e o palácio, por entre o verde-escuro dos cacauzeiros e a orla resplandescente verde de numerosas ilhas".
Karl von Martius e Johann von Spix, pesquisadores alemãs nomeados pelo rei bávaro para acompanhar no séquito científico a jovem imperatriz do Brasil, a arquiduquesa austríaca D. Leopoldina, cruzaram o país durante três longos anos. Esta extraordinária viagem, através da qual percorreram milhares de quilômetros pelo litoral e pelos sertões, trouxe os dois jovens cientistas ao Pará, naquele julho de 1819, e após uma curta estadia em Belém, ambos seguiram numa expedição pelo rio Amazonas que duraria oito meses e os levaria até os rincões da então capitania do Rio Negro.
"Viagem pelo Brasil - 1817-1820), em três volumes, é um clássico indispensável para se (re)descobrir a história do povo brasileiros no alvorecer do século XIX.
Fonte: Spix e Martius, "Viagem pelo Brasil - 1817-1820), Volume 2, p.293, Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo ; Ed. da Universidade de São Paulo, 1981.
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