quarta-feira, 11 de maio de 2011

Brasil desigual - As faces da miséria

Da Folha de São Paulo

Aplicando a linha de miséria oficial do país, divulgada na semana passada pelo governo federal, os dados do Censo 2010 do IBGE mostram que os grupos mais vulneráveis são as crianças, os indígenas e os moradores de Estados do Nordeste.
De acordo com critérios do governo, quem vive abaixo da linha de miséria tem renda média domiciliar per capita de até R$ 70. Com base nesse recorte, o IBGE divulgou ontem tabelas que dividem a população por cor ou raça, sexo, idade e condições de domicílio.
Na análise por cor ou raça, a maior proporção de miseráveis está entre a população que se autodeclara indígena: 40%. A taxa é bastante superior à verificada nos demais grupos: 12% (pardos), 10% (pretos), 9% (amarelos) e 5% (brancos).
Outro dado significativo é a maior incidência de miséria entre crianças. Como as famílias mais pobres têm em média mais filhos -os dados de fecundidade por renda, porém, ainda não foram divulgados-, a taxa de pobreza no grupo de 0 a 14 anos é o dobro (14%) da verificada no restante da população (7%).
Na análise por Estado, Maranhão (26%), Piauí (21%) e Alagoas (20%) apresentam as maiores taxas. As menores estão em São Paulo (3%), Distrito Federal (2%) e Santa Catarina (2%).
Dados do Censo 2010 também mostram que 32% dos domicílios considerados pobres não tinham banheiro de uso exclusivo -percentual muito superior ao do total de domicílios: 6,2%.
Somente 34% dos lares incluídos na linha da pobreza possuíam esgoto sanitário adequado (ligados à rede geral ou com fossa séptica). No total, o percentual era 67%.

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