O requerimento de repúdio à manifestação preconceituosa do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, de autoria do deputado Edmilson Rodrigues foi aprovado por unanimidade. Protocolado na última terça-feira, 22, na mesa diretora, o deputado do PSol conseguiu fechar, ontem, 23, um acordo com os demais deputados para que ele fosse aprovado em caráter de urgência. “Queria manifestar minha satisfação com a sensibilidade dos demais deputados, que subscreveram o requerimento e o aprovaram, por unanimidade, numa demonstração de repúdio ao preconceito e à xenofobia, já que todos somos irmãos”, disse Edmilson, após a aprovação de seu requerimento.
Antes do acordo e votação, o deputado Márcio Miranda (DEM), em seu pronunciamento, requereu que a Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) se manifestasse, concedendo a Amazonino Mendes o título de “persona non grata”. Já Alexandre Von (PSDB) pediu que fosse aditado o requerimento de Edmilson Rodrigues, ressaltando os laços de amizade e de co-irmandade entre os povos paraense e amazonense.
Airton Faleiro (PT) se manifestou para que houvesse uma fusão dos dois requerimentos. Mas, Edmilson solicitou um aparte ao deputado petista e ponderou sobre o caso, pedindo apoio ao seu requerimento. “Acho que considerá-lo ‘persona non grata’ seria um gesto muito duro e que alimentaria ódios ou rivalidades, que não devem existir entre povos e representantes de povos co-irmãos. Por isso, penso que o que devemos é repudiar a manifestação dele para que ela não se repita”, defendeu Edmilson, que acabou tendo o apoio de todos os parlamentares.
O requerimento de repúdio se refere a uma visita feita por Amazonino Mendes, na última segunda-feira, 21, em uma área de periferia de Manaus, onde ocorreu um desmoronamento que resultou na morte de três pessoas. Na ocasião, em diálogo com a senhora Laudenice Paiva, que falou a ele não ter condição de uma moradia digna e que por isso estava morando no local, o prefeito de Manaus disse: “minha filha, então morra, morra”. A moradora, então, respondeu que todos iriam morrer. Em seguida, o prefeito perguntou de onde ela era. Ao responder que era do Pará, Amazonino disse: “Então, pronto. Tá explicado”. A notícia teve repercussão nacional.
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