Grécia em chamas: revolta e destruição durante o protesto contra mais um pacote de medidas anti-populares (Foto: Folha de São Paulo)
Enquanto França e Alemanha faziam mais uma reunião de emergência na tentativa de destravar um pacote para salvar o euro e a economia europeia, a Grécia tinha ontem outro dia de greve geral e o maior protesto popular contra os cortes públicos.
Cerca de 70 mil pessoas (segundo a polícia) ou mais de 120 mil (segundo os organizadores) protestaram nas ruas de Atenas. Alguns jogaram pedras e coquetéis molotov nos policiais, que responderam com cassetetes e gás lacrimogêneo. Vitrines de lojas foram destruídas.
O protesto fez parte do primeiro dos dois dias de greve geral convocados pelos sindicatos. Aeroportos, portos, o transporte público, bancos, escolas, tudo foi afetado.
Alguns cartazes nas ruas traziam a frase "Não à troica, não à chantagem". "Troica" é uma referência a Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, que concederam empréstimos à Grécia, mas exigem cortes de gastos.
Ontem, o Parlamento aprovou em primeira votação mais um pacote de medidas que prevê demissão de funcionários públicos e redução de salários e aposentadorias.
Hoje acontece a segunda votação. Se o governo não vencer, o repasse dos empréstimos de novembro pode ser retido, o que deixaria o país sem dinheiro para pagar servidores e aposentados.
A Grécia é o país com o maior problema de dívida de toda a União Europeia. O mercado já dá como certo algum tipo de calote.
Fonte: Folha de São Paulo (20/10/2011)
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