quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Maré de resistência - Lideranças indígenas e populares programam protesto contra Belo Monte, em Altamira

Cresce a resistência popular contra a construção de Belo Monte (Foto: arquivo)


Mais de 600 pessoas representantes de povos indígenas e de comunidades tradicionais do Xingu afetadas pelas obras da hidrelétrica de Belo Monte, acabam de deliberar sobre a realização de um ato público de protesto contra a construção da usina, em Altamira, na tarde desta quarta-feira, 26. A deliberação foi tomada durante o Seminário Internacional “Territórios, ambiente e desenvolvimento da Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu", que acontece desde ontem (25) até amanhã (27), naquele município, com a participação do estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) e da senadora Marinor Brito (PSOL-PA).

Os parlamentares acompanharam os debates pela manhã, quando vários caciques, especialmente da etnia Kaiapó, defenderam "usar os braços" para defender os seus direitos, como a liderança Juma Xipaia, que conclamou os guerreiros dizendo que "está cansada falar e quer lutar", conforme reproduziu Edmilson. As comunidades alegam que as obras estão destruindo os recursos naturais de sobrevivência e expulsando as comunidades dos locais de obras. Neste momento, os participantes do seminário organizam a manifestação pública prevista para acontecer amanhã (27), deixando em alerta autoridades locais e a Força Nacional de Segurança. O clima é tenso.

"É triste reconhecer que a maioria dos políticos apoia Belo Monte. Muitos se submetem à sanha do governo em querer realizar a obra a qualquer custo. Prefiro me manter fiel a meus princípios e defender os interesses dos povos indígenas e da população paraense em geral", criticou Edmilson, no seminário.

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