9 de outubro de 1967, La Higuera, interior da Bolívia, 1:10 da tarde.
A mão que aciona o gatilho é boliviana: Mario Terán, um obscuro sargento, que antes de cometer o assassinato havia bebido, para "criar coragem".
A voz que deu a ordem da matança, porém, falava inglês e veio de longe, via rádio.
Ouvem-se os disparos. Ernesto Che Guevara, aos 39 anos, médico argentino-cubano e cidadão do mundo, cai, crivado de balas.
Segundo uma das muitas versões, antes de ser alvejado, Che teria dito:
"Sei que você veio me matar. Atire, covarde, você vai matar um homem".
De qualquer forma, Che, comandante guerrilheiro, poeta, humanista e revolucionário, estava morto e sua foto, com o corpo perfurado e ensanguentado, correria o mundo.
Mas a foto que ao longo destes 44 anos ficou famosa, atravessando todas as fronteiras, foi outra. Mostra a face do comandante Che e seu olhar sereno e firme. Foi tirada anos antes por Alberto Korda durante uma das marchas do povo cubano em protesto contra a selvagem agressão imperialista.
Essa face se tornou um símbolo porque Che sobreviveu à sua morte física. Perenizou-se como um exemplo de coerência, coragem e amor aos oprimidos de todos os quadrantes da Terra.
Quando nos dias de hoje a juventude e os trabalhadores da Europa, do Oriente Médio e da América do Norte se levantam contra a truculência do grande capital, lá vão ser encontradas as muitas marcas de Che, revivido em estandartes de tantas e variadas cores.
Para homenagear o transcurso de mais um ano de seu martírio, publicamos um pequeno trecho do belo documentário "Utopia e Barbárie" (2010), do cineasta brasileiro Sílvio Tendler.
Que viva o comandante Ernesto Che Guevara!
Que viva a luta dos povos por um mundo de justiça e liberdade!
Trecho de filme: Utopia e Barbárie (2010), de Sílvio Tendler
Foto: Guerrilheiro heroico (Alberto Korda, 1960)
Ilustração: Maringoni (Carta Maior, 2011)
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