terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Maré de poesia - Remar é preciso


Por Antônio Juraci Siqueira


...e aqui cheguei. Chegamos. De bubuia por esse rio de muitas águas. Minha canoa com sua carga de sonhos tem muitos bancos à espera de outros manos e manas que queiram seguir viagem comigo para os confins do imaginário. Nem carece saber remar. Basta a vontade de desbravar o insólito, a capacidade de polir pedras, retirar espinhos, colher girassóis e descobrir o caminho mais curto para o país da fantasia. Sou irmão do rio. Conheço sua força, sua fúria e, principalmente sua generosidade. Portanto, chega-te a mim, meu irmão de sonhos, minha companheira de andanças que ainda temos muitos estirões a vencer. A noite não assusta quem conhece seus mistérios, quem leva consigo, sempre, a poronga da poesia. Para sermos felizes já temos o bastante: o afeto, a sinceridade e a coragem de falar de amor. O resto a gente aprende navegando. Anda, vem logo que o rio tem hora para encher e vazar e não convém remar contra a maré. Vem!

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