quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Humanos Direitos - Icoaraci - Chacina é lembrada em ato público

Foto: Mauro Ângelo/Arquivo/Diário do Pará

Hoje completam dois meses da chacina que vitimou seis adolescentes mortos a tiros em Icoaraci, no ano passado. O crime ocorrido no dia 19 de novembro continua sendo investigado pela polícia. Familiares das vítimas realizam, hoje pela manhã, um ato público em frente ao Ministério Público de Icoaraci para lembrar a data.
Carlos Viana, pai de uma das vítimas da chacina, diz que não se trata de um ato cobrando as autoridades, mas para lembrar a data do crime e a perda dos familiares. Carlos diz ainda que alguns dos parentes dos adolescentes mortos estão recebendo proteção policial, o que não é o caso de sua família que apenas acompanha as investigações e o andamento do caso.
Viana acrescentou que na manhã de ontem esteve com o promotor de infância e adolescência do Ministério Público de
Icoaraci, Marcelo Batista Gonçalves, para obter informações sobre o andamento das investigações.
“Ele argumentou que as investigações não vêm a tona porque as vítimas são adolescentes. Mas disse que até sexta-feira (20) a polícia estará dando novas informações sobre o caso”.
Carlos Viana informou ainda que o ato público está programado para iniciar a partir das 7h de hoje, em frente da sede do Ministério Público de Icoaraci.
O CRIME
No dia 19 de novembro de 2011, seis adolescentes de 12, 14, 15, 16 (2) e um de 17 anos foram executados na rua Padre Júlio Maria, no bairro Ponta Grossa, no distrito de Icoaraci, a cerca de 20 quilômetros do centro de Belém. O crime ocorreu por volta de 22h30 e foi presenciado por várias pessoas. As investigações revelaram que dois homens chegaram de moto no local e se identificaram como policiais.
Um dos homens mandou os adolescentes ficarem de joelhos com as mãos na cabeça, na calçada localizada em frente ao Instituto de Assistência e Previdência do Município de Belém (Ipamb). Na sequência, o mesmo homem executou os adolescentes com diversos tiros, todos na cabeça. Somente uma das vítimas chegou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu no hospital.
Durante as investigações, apenas uma pessoa foi presa, o ex-policial Rosevan Moraes de Almeida, apontado pela polícia e testemunhas do crime como o autor dos disparos que mataram as vítimas. O acusado negou as acusações, mas chegou a dizer que passou pelo local do crime meia hora antes do fato. A polícia ainda não identificou o segundo ocupante da moto utilizada pelos assassinos.
Rosevan foi cabo da Polícia Militar, até ser expulso da corporação, em 2005, sob acusação de ter praticado atos ilícitos. Três anos mais tarde, ele foi preso em uma grande operação chamada de “Navalha na Carne”. Na ocasião foram presas 23 pessoas, 13 delas eram policiais. Rosevan ficou quase três anos preso preventivamente, até ter acatado o pedido para responder o processo em liberdade. (Diário do Pará)


Nenhum comentário:

Postar um comentário