Belém, início do século XX: o apogeu da era Lemista
Por Luzia Álvares
O percurso que tenho feito para re-conhecer Belém e sua base política, tem sido longo e intenso. A partir de estudos abracei os contornos teóricos sobre comportamento eleitoral e dividi com as pesquisas sobre a cidade, a circulação nos entornos do estado, chegando a ver o Pará inteiro com suas tensões e necessidades pela melhoria de vida de seu povo, num território que faz parte da Amazônia.
Da Ciência Política à História, tenho circulado pela questão das oligarquias, das mulheres paraenses inseridas em todos os processos políticos – embora os historiadores regionais silenciassem essa presença – tenho convivido com o que representa a cidade de Belém para o povo paraense.
Dos colonizadores que aqui chegavam a cata de especiarias e riquezas minerais e animais, aos que hoje procuram detonar essas riquezas construindo hidrelétricas que causarão estragos inenarráveis ao nosso povo, conhecer Belém tem sido para mim uma constante e uma prioridade de vida acadêmica. Porque esse vértice que leva à pesquisa e consequente conhecimento do potencial humano-ambiental revela-se o eixo que traduz a decisão pessoal para abraçar causas com batalhas nem sempre exitosas e de fácil conquista, mas de resistência ao que se processa nas deliberações externas ao Estado e às repercussões na cidade-polo estadual.
Neste tributo aos 396 anos de fundação de Belém reservo-me a tratar de uma figura que marcou profundamente os primórdios de meus estudos – Antonio José de Lemos (1843-1913), maranhense, que chegou por aqui muito cedo, como pracinha e, aos poucos, por sua pena brilhante de jornalista foi se inserindo no cotidiano da cidade e na vida política estruturada nos primórdios da República, embora mantivesse resquícios do tempo em que o império portugues determinava as regras de gestão e estabelecia certa soberania com a representação parlamentar, evidenciando um tipo de sistema híbrido como se conhece da tradição democrática brasileira.
Leia o artigo completo no Blog Políticas e Crônicas, da professora Luzia Álvares.
Foto: Álbum do Pará - 1908
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