


17 de abril de 1996. 19 sem-terra brasileiros que ocupavam um latifúndio são chacinados pela polícia na cidade de Eldorado dos Carajás, no estado do Pará. No mesmo dia, estava acontecendo a Segunda Conferência Internacional da Via Campesina, no México. Os companheiros decidiram prontamente que a data passaria a ser o Dia Internacional de Luta Campesina.
Neste ano, o dia de mobilização e resistência tem como palavra de ordem a luta "contra a acumulação e pela recuperação da nossa terra e nossos territórios”. As ações acontecem em todos os continentes.
Em uma convocatória, a Coordenação Latino-Americana de Organizações do Campo – CLOC/Via Campesina declara que o imperialismo está cada vez mais forte no continente, associado ao agronegócio e à mineração a céu aberto.
A produção de agrocombustíveis e transgênicos desgasta a terra, agrava a crise climática e acaba gerando o deslocamento forçado dos camponeses a grandes cidades, onde farão parte dos estatísticas de pobreza.
A invasão de empresas multinacionais saqueia recursos naturais e impõe monoculturas. Sem diversidade, os camponeses não têm como se alimentar. O uso de agrotóxicos envenena a terra e as populações, pontua a Convocatória.
Frente a tantas adversidades, a CLOC reafirma a importância da luta de camponeses, povos originários e afrodescendentes, lembrando que há séculos a América Latina resiste às invasões.
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O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSol) acompanhou na manhã deste sábado, 16, a visita do Senado Federal a Altamira. Além de visitar várias áreas que serão alagadas quando a usina hidrelétrica de Belo Monte foi construída, o deputado também participou junto com a senadora Marinor Brito (PSol) de uma audiência pública que está sendo realizada na Casa da Cultura do município.
Durante a programação, o deputado conversou com moradores e lideranças populares da região e pôde constatar no local que a população ainda não foi informada sobre o projeto e muito menos convidada a participar do debate. “Muitas pessoas, aqui, só ouviram falar sobre Belo Monte pela televisão, o que prova exatamente aquilo que vemos falando que a população atingida está sendo deixada de fora do projeto e serão as maiores vítimas”, disse o deputado.
Engajado na luta em defesa do rio Xingu e da população amazônida, Edmilson destacou que a expectativa é de que cerca de 120 mil pessoas migrem para Altamira, atraídas pelo projeto. “Ocorre que, atualmente, já existem cerca de 20 mil desempregados no município e com a vinda desse ‘exército’ de pessoas, haverá um número ainda maior de desempregados na região”, destacou o deputado.
“É bom destacar que especialistas comprovam que existem outras alternativas tecnológicas para geração de energia e que não geram os impactos sócio-ambientais que Belo Monte gerará. Por isso, é importante que se diga que ainda há tempo de mudar isso porque o que se está tentando fazer é um crime contra a vida, o meio ambiente e a soberania do país”, concluiu Edmilson, enfatizando que Belo Monte privilegia o interesse das grandes corporações empresariais nacionais e internacionais.
Após 30 dias de trabalho, a Comissão de Sindicância formada pela Mesa Diretora apresentou no dia de ontem, 12, seu relatório final. Infelizmente, tal qual já havia advertido várias vezes desta tribuna, os trabalhos da comissão, desde seu surgimento, estavam marcados por um insanável vício de origem: diante da enorme gravidade das denúncias de fraudes na área administrativa deste Poder, uma simples sindicância não teria poderes nem instrumentos para realizar uma investigação capaz de ir à raiz dos problemas. Em outras palavras, a Comissão de Sindicância era natimorta, e seu relatório inevitavelmente não seria capaz de deter a verdadeira sangria na imagem e na credibilidade desta Casa.
Nada justificava circunscrever a investigação apenas ao caso que envolve a ex-funcionária Mônica Pinto quando muitas outras denúncias, igualmente graves, foram trazidas a público, com fortes indícios de haver uma conexão entre as diversas ilegalidades envolvendo a gestão administrativa, em particular no tocante à folha de pagamentos. A possível existência de funcionários e estagiários fantasmas, a adulteração de contracheques, a sonegação fiscal, o recebimento irregular de vantagens, o desvio de recursos públicos que pode chegar a cifras milionárias, autorizavam uma investigação muito mais profunda e abrangente.
Ao jogar toda a responsabilidade sobre os ombros de uma ex-funcionária, como se ele pudesse ter atuado, durante tantos anos, sem contar com o apoio ou cumplicidade de absolutamente nenhum outro funcionário ou dirigente deste Poder, sendo ela, repito, apenas uma ocupante de cargo de confiança, a Comissão de Sindicância revela ter tangenciado o verdadeiro centro do problema, qual seja, a provável existência de um esquema criminoso que, pelo menos de 2003, estaria agindo com enorme desenvoltura na prática de uma incontável série de delitos e de ataques ao patrimônio público.
Tudo isso somado, revela o quanto permanece atual, urgente e necessária a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que desde venho requerendo desde o dia 22 de fevereiro. Aliás, insisto que este é o único caminho para se deter, de uma vez por todas, o processo de desmoralização pública a que estamos submetidos.
A CPI não será voltada contra deputados ou partidos. Não fará pré-julgamentos nem será movida por alguma decisão prévia de culpar quem quer que seja. Agirá, isto sim, no estrito cumprimento de suas prerrogativas constitucionais, trabalhando com isenção, bom senso e absoluta transparência.
Neste momento, vale lançar mão do adágio popular: “quem não deve, não teme”. Estou absolutamente convencido que esta Casa nada tem a temer e só terá a ganhar na medida em instalemos, sem demora, a CPI, que precisa de apenas mais cinco assinaturas, já que está subscrita por mim, do PSOL, e pelos oitos integrantes da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT).
Por fim, reitero que todas as frentes de investigação atualmente abertas, pelo Ministério Público do Trabalho, pela Receita Federal, pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Civil – estas últimas, aliás, iniciadas a meu pedido – são muito importantes, mas devem ser vistas como complementares entre si, não excluindo nem de longe a necessidade imperiosa e incontornável desta Assembleia Legislativa dar o passo decisivo através da instalação da CPI, razão pela qual volto a apelar para que hoje ainda possamos reunir o número regimental para viabilizar sua constituição imediata".
Em sessão especial, realizada nesta segunda-feira, 11, como fruto da intensa mobilização dos concursados, o Governo do Estado se comprometeu em respeitar as datas de validade dos concursos públicos e convocar para nomeação os aprovados dentro do número de vagas. O compromisso foi anunciado pela secretária estadual de Administração, Alice Viana, em seu pronunciamento. A sessão especial foi proposta pelo deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL), que defende o concurso público como uma forma democrática e qualitativa de acesso ao serviço público. “Essa sessão já é vitoriosa porque discutiu o problema com todos os segmentos e conseguiu o comprometimento do Governo do Estado, através da secretária Alice Viana, de que os concursados serão chamados. Esperamos que isso de fato seja cumprido porque estamos discutindo uma questão de Estado, e não de governo”, disse o deputado.
Edmilson Rodrigues ouviu, atentamente, as falas de vários concursados, aprovados em concursos que já estão na reta final de validade e, emocionado, apelou para que o Governo do Estado priorize o chamamento dessas pessoas que se prepararam para ocupar esses cargos. “Estamos, aqui, falando de direitos garantidos pela Constituição Federal e é preciso respeitá-los porque essas pessoas passaram dias noites inteiras estudando, alguns pagaram cursinhos preparatórios, compraram livros e investiram para ser aprovados e, portanto, merecem ter seus direitos respeitados”, destacou Edmilson, que solicitou à Alice Viana que envie à Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) as listas com os nomes dos concursados que serão convocados, através do Diário Oficial do Estado (DOE) para que o Poder Legislativo possa exercer o seu papel de fiscalizador.
A divergência nos números de concursados aprovados e que ainda não foram convocados ficou clara entre a secretária Alice Viana e o presidente da Associação dos Concursados do Pará (Asconpa), José Emílio Almeida. Enquanto Alice Viana fala em 3.801 concursados, Emílio Almeida fala em mais de cinco mil. A secretária reforçou que até o final deste mês serão convocados todos os 1.523 concursados dos últimos concursos e que também serão convocados os aprovados em concursos cuja validade expirará este ano. Um total de 13 concursos públicos terão a validade encerrada em 2011.
Durante seu pronunciamento na sessão, o deputado Edmilson defendeu firmemente a participação dos servidores concursados na prática do serviço público. O deputado ainda se mostra insatisfeito com a postura do governo de contratar temporários no lugar daqueles que foram aprovados nos concursos, além de colocar a gerência de hospitais públicos nas mãos da iniciativa privada, num ato de privatização da Saúde, excluindo a participação (convocação) de concursados. “Se existe a necessidade de novos funcionários, por que não convocar os concursados, ou, na inexistência desses, providenciar a regular realização de concurso público?”, indaga o deputado, apelando também para que o governo realize novos concursos públicos para garantir a melhoria da prestação do serviço público.
Foto: Assessoria de Imprensa - PSOL