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O maior trem do mundo circula pelas veredas amazônicas. A Estrada de Ferro Carajás (EFC), entre Parauapebas (PA) e o porto de Itaqui (MA) vê, diariamente, 330 vagões puxados por até cinco locomotivas, carregando milhões e milhões de toneladas de minério de ferro extraídas do coração das minas de Carajás. São 3,3 km de extensão, uma enorme cobra de ferro e aço a serpentear anunciando uma tragédia socioambiental que a cada dia mais se aprofunda.
Quando começou a compor o seu livro-poema "Trem", Gutemberg Guerra, este baiano-paraense, sabia muito bem do que estava falando. Era o ano da Graça de 1989 e o trem da Vale já possuía 180 vagões. Mas o discurso de progresso e desenvolvimento, que sempre acompanha os chamados grandes projetos na Amazônia, não resiste a um olhar armado pela capacidade de crítica e indignação. Assim, nasceu um poema-manifesto da melhor qualidade literária e, tão importante quanto, um protesto furioso contra o destino de miséria que nos é imposto de fora e pelos de cima.
Gutemberg Armando Diniz Guerra nasceu em Salvador, Bahia. Formou-se em engenharia agronômica (1976), tendo trabalhado na Emater-BA e, depois, na Embrapa, em Brasília e Belém. É mestre em Planejamento do Desenvolvimento na UFPA e Doutor pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris. Pós-doutor pela Columbia University, em Nova Iorque. Atualmente integra o corpo docente do Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural da UFPA.
Publicou Quilha - em poesia: 3 autores e Eh saudade: crônicas do exílio à sombra da torre (1998).
Serviço:
Trem, poesia. Paka-Tatu, Belém, 2010, 65 páginas.
www.editorapakatatu.com.br
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