Por Paulo Fonteles Filho
Em maio deste ano de 2011, eu e Sezostrys Alves, da Associação dos Camponeses Torturados do Araguaia encontramo-nos com Josias, um ex-PM de Goiás, em Goiânia. Já fazia algum tempo que meu camarada estava buscando informações sobre a atuação daquela força pública durante o processo da Guerrilha do Araguaia, no Sul do Pará.
Saímos cedo de Brasília sob a escolta de dois policiais rodoviários e seguimos para nosso contato, duramente construído por semanas de ligações telefônicas.
Nosso encontro foi na casa do Raimundo Melo, ex-soldado do Exército e atual presidente da associação de ex-militares que atuaram na repressão ao movimento dos comunistas no Araguaia.
Josias deve ter uns 60 anos e foi logo nos dizendo que sua vida fora interrompida pelas obrigações daqueles tempos.
Nosso entrevistado chegou a Janeiro de 1973 em Xambioá e encontrou “um cenário de guerra”. Cerca de 200 homens da PM goiana, recém saídos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento (CFA) foram recrutados para os combates sob o comando de dois oficiais, Capitão Francisco e Tenente Carlos Nilson.
E na Base de Xambioá, a gendarmaria goiana tinha seu próprio comando e suas armas eram metralhadoras HK, revolveres 38 e os pesadíssimos fuzis “ordinários”.
Sua voz fica trêmula quando relata as torturas.
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