terça-feira, 22 de junho de 2010

UM "SEGREDO" QUE CONFIRMA A ILEGALIDADE

Os funcionários do Departamento de Estado e da Usaid guardaram o segredo da liberação das verbas para operações ilícitas, mas o pessoal de Lemieux — eleito graças a seus amigos que vivem do negócio "anti-Castro" — admitiu que seu escritório recebeu "verbalmente" o aviso.

Sob o caráter "secreto" das operações do "Plano Cuba", o Departamento de Estado e a Usaid reconheceram que transgridem as leis cubanas e expõem seus agentes ao tratamento pertinente.

Para o povo norte-americano sempre se mantém o mito de que os milhões são destinados à distribuição de computadores, remédios e ajuda a parentes de mercenários presos.

Contudo, as operações mais barulhentas da Usaid correspondem, entre outras coisas, a um plano muito mais amplo de sedição com múltiplas tentativas de fragmentação da sociedade cubana, assessoria estratégica aos chamados "dissidentes", campanhas de deturpação e estabelecimento de redes paralelas de comunicação via satélite concebidas pela CIA, e características de operações de inteligência.

As verbas agora liberadas foram suspensas no início de 2009, após vários escândalos de fraude descobertos pelo Escritório de Auditoria Federal, em que estavam envolvidos figuras muito conhecidas da máfia cubano-americana.

Frank Calzón — ex-terrorista do grupo Abdala — viu-se envolvido num vergonhoso desfalque em 2007, após uma auditoria revelar que o braço direito dele, Felipe Sixto, tinha "feito desaparecer" meio milhão de dólares entregues pela Usaid a sua organização.

Entre os primeiros que se alegraram do reinício da dança dos milhões, encontravam-se mais dois especialistas em desvio de dinheiro: Frank Hernández Trujillo, chefe do Grupo de Apoio aos Dissidentes — que usava os subsídios na compra de lagostas, chocolates, e jogos Nintendo — e Orlando Gutiérrez Boronat, chefe do Diretório Democrático Cubano, veterano não só da US Army, mas também em vigarice.

A imprensa mafiosa da Flórida se abstém de mencionar o fato de que Caleb McCarry, ex-chefe do Plano Bush de anexação de Cuba, subvencionou com US$6,5 milhões do dinheiro da Usaid outra firma "empreiteira": a Criative Associates International, que, dois meses depois de abandonar seu cargo de funcionário, o "contratou".

Também não menciona que Adolfo Franco, ex-diretor da América Latina na Usaid, que encobriu desvios de verbas, não foi até hoje acusado de nada.

O presidente Barack Obama indicou recentemente para este mesmo cargo Mark Feierstein, experto em campanhas políticas com dossiê sulfuroso. Como "gerente de projeto" na Nicarágua na década de 1990, comandou a operação suja realizada pela National Endowment for Democracy (NED), subsidiária da Usaid, para derrubar o governo sandinista. •

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