Nesta semana, o governo detalhou as áreas que sofrerão os cortes adicionais de R$ 7,5 bilhões no orçamento federal. Foram retirados, por exemplo, R$ 1,28 bilhão da Educação (que já acumula perdas de R$ 2,34 bilhões no ano), R$ 1,24 bilhão no Ministério do Planejamento, R$ 906 milhões nos Transportes, e R$ 757 milhões na Fazenda. Até mesmo o Ministério do Desenvolvimento Social, que administra o Bolsa Família, perderá R$ 205,3 milhões.
Tais cortes são justificados pelo governo sob o argumento de que é necessário conter o consumo para combater a inflação, o que poderia permitir ao Banco Central reduzir o ritmo de alta nos juros. Porém, a última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) provocou um aumento de R$ 15 bilhões nos gastos anuais com juros da dívida ao ter aumentado em 0,75% a taxa Selic, e tudo indica que tal taxa seguirá em alta.
Em reunião trimestral com economistas, para discutir as expectativas de inflação, crescimento e outras variáveis, o Banco Central ouviu defesas da continuação da alta dos juros, devido justamente ao risco de inflação. As reuniões ocorreram na segunda, no Rio de Janeiro, e na terça, em São Paulo.
Ou seja, as áreas sociais fundamentais têm de perder R$ 7,5 bilhões para impedir a inflação, mas os rentistas podem receber R$ 380 bilhões de juros e amortizações da dívida – como ocorreu em 2009 – para gastar à vontade, sem problema algum.
A recente CPI da Dívida Pública requereu ao Banco Central a lista dos participantes das reuniões do BC, tendo apurado que a maior parte deles é representante dos rentistas, ou seja, bancos e gestores de fundos de investimento, diretamente interessados na alta de juros.
Fonte: Liderança PSOL
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