quinta-feira, 29 de abril de 2010

Diálogo sobre o voto (I)

De Edmilson, em resposta a mensagem recebida pelo Blog.
Caríssimo amigo,
Estou tão atribulado com a redação da minha tese que não tenho lido coisas mais soltas como o belo artigo do Frei Beto.
Agradeço pelo envio.
Tenho concordância quase total com o artigo. Uma das ponderações tem a ver com o Programa Fome Zero. Não sei dizer se, do modo como foi planejado, esse programa não seria, também, classificável como mera política compensatória ao invés de emancipatória. É compreensivo, contudo, que o Frei Beto, que esteve a frente desse programa, enquanto assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tenha razões para defendê-lo. E ele é digno o suficiente para merecer nosso crédito.
Quanto ao ponto que pretende ver mantida a política externa, tenho concordância com a diversificação dos laços comerciais. Não dá, contudo, para deixar de criticar o papel vergonhoso do nosso país como força de ocupação do Haiti, após um golpe de Estado e o sequestro do presidente eleito Aristide até hoje obrigado a viver no exílio, sob orquestração e realização de EUA, Canadá e França. Representamos hoje no Haiti o que os EUA representam no Iraque: um golpe à soberania territorial desses povos.
Há um outro ponto melindroso não referido pelo Frei Beto, talvez porque seja um fato recente. Refiro-me ao tratado militar recentemente assinado entre Brasil e EUA, à revelia do Congresso Nacional, como exige a CF de 1988. Além da gravidade do ato em si, há dispositivos aviltantes da soberania territorial brasileira. Um dos artigo, por exemplo, diz que programas iniciados não podem ser interrompidos, mesmo que o Brasil, por vontade soberana, queira denunciar o acordo. Significa dizer que a instalação de uma base militar, ou o controle de informações estratégicas, por exemplo, deverão continuar até que os EUA queiram interrompê-las. Não bastasse isso, o território brasileiro deverá servir para operações conjuntas das forças armadas norteamericanas e brasileiras. A Amazônia, em nome do combate ao narcotráfico, será lugar de treinamento militar dos gringos imperialistas.

Em anexo, envio um artigo do brilhante jornalista Mauro Santayana (Um tratado indesejável) e cópias do acordo em portuguê e inglês, que podem ser buscadas no sítio do Ministério da Defesa do Brasil e no do Departamento de Defesa dos EUA.

Um forte e carinhoso abraço.

Edmilson Rodrigues

Diálogo sobre o voto (II)

Vejam a sugestão de voto do Frei Beto logo abaixo e, se acharem pertinente, divulguem-na. Afinal de contas, além da copa do mundo, neste ano teremos eleições importantíssimas.

Declaração de voto

Escrito por Frei Betto
28-Abr-2010


Voto este ano, para presidente da República, no candidato decidido a implementar reformas estruturais tão prometidas e jamais efetivadas: agrária, tributária, política, judiciária. E que a previdenciária e a trabalhista não sejam um engodo para penalizar ainda mais os trabalhadores e aposentados e beneficiar grandes empresas.

Voto em quem se dispõe a revolucionar a saúde e a educação. É uma vergonha o sucateamento do SUS e do ensino público. De 190 milhões de brasileiros, apenas 30 milhões se agarram esperançosamente na bóia de salvação dos planos privados de saúde. Os demais são tratados como cidadãos de segunda classe, abnegados penitentes de filas hospitalares, obrigados a adquirir remédios onerados por uma carga tributária de 39% em média.

Segundo o MEC, há 4,1 milhões de brasileiros, entre 4 e 17 anos de idade, fora da escola. Portanto, virtualmente dentro do crime. Nossos professores são mal remunerados, a inclusão digital dos alunos é um penoso caminho a ser percorrido, o turno curricular de 4 horas diárias é o verniz que encobre a nação de semianalfabetos.

Voto no candidato disposto ao controle rigoroso de emissão de gás carbônico das indústrias, dos pastos e das áreas de preservação ambiental, como a Amazônia. Não se pode permitir que o agronegócio derrube a floresta, contamine os rios e utilize mão-de-obra desprotegida da legislação trabalhista ou em regime de escravidão.

Voto em quem se comprometer a superar o caráter compensatório do Bolsa Família e resgatar o emancipatório do Fome Zero, abrindo a porta de saída para as famílias que sobrevivem à custa do governo, de modo que possam gerar a própria renda.

Voto no candidato disposto a mudar a atual política econômica que, em 2008, canalizou R$ 282 bilhões para amortizar dívidas interna e externa e apenas R$ 44,5 bilhões para a saúde. Em termos percentuais, foram 30% do orçamento destinados ao mercado financeiro e apenas 5% para a saúde, 3% à educação, 12% a toda a área social.

Voto no candidato contrário à autonomia do Banco Central, pois a economia não é uma instância divorciada da política e do social. Voto pela redução dos juros, a desoneração da cesta básica e dos medicamentos, o aumento real do salário mínimo, a redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas.

Voto na legalização e preservação das áreas indígenas, de quilombolas e ribeirinhos, no diálogo permanente com os movimentos sociais e repúdio a qualquer tentativa de criminalizá-los, nas iniciativas de economia solidária e comércio justo, na definição constitucional do limite máximo de propriedade rural.

Voto no candidato convicto de que urge reduzir as tarifas de energia destinada ao consumo familiar e de uso de telefonia móvel. Disposto a valorizar fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica, a dos mares e lixões etc. E que seja contrário à construção de termoelétricas e hidrelétricas nocivas ao meio ambiente.

Voto no candidato que priorize o transporte coletivo de qualidade, com preços acessíveis subsidiados; exija a identificação visível dos alimentos transgênicos oferecidos ao consumidor; impeça a participação e uso de crianças em peças publicitárias; e condene veementemente o trabalho infantil.

Voto no candidato decidido a instalar a Comissão da Verdade, de modo a abrir os arquivos das Forças Armadas concernentes ao período ditatorial e apurar os crimes cometidos em nome do Estado, bem como o paradeiro dos desaparecidos.  

Voto em quem dê continuidade à atual política externa, de fortalecimento da soberania e independência do Brasil, diversificação de suas relações comerciais, apoio a todas as formas de integração latino-americana e caribenha sem a presença dos EUA; direito de o nosso país ter assento no Conselho de Segurança da ONU; de repúdio ao criminoso bloqueio dos EUA a Cuba e à instalação de bases militares estadunidenses na América Latina.

Voto, sobretudo, em quem apresentar um programa convincente de redução significativa da maior chaga do Brasil: a desigualdade social.

Este o meu voto.

Resta achar o candidato.

Frei Betto é escritor, autor de "Calendário do Poder" (Rocco), entre outros livros. Website: http://www.freibetto.org/

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ficha Limpa


Semana que vem o congresso irá votar na Ficha Limpa, podendo eliminar das eleições candidatos com ficha criminal. Um movimento sem precedentes surgiu - juntos nós conseguimos 1,9 milhões de assinaturas e inundamos nossos parlamentares com mensagens e telefonemas.

Agora estamos na reta final. Dezenas de deputados respondem a processos por corrupção, e eles tentarão de tudo para convencer os outros a votarem contra a Ficha Limpa. A nossa pressão tem que ser mais forte.

O voto será apertado e somente uma mobilização popular *massiva* poderá garantir que a Ficha Limpa passe. Todo brasileiro precisa ter a chance de levar a sua voz ao congresso – encaminhe este alerta para os seus amigos e familiares para ultrapassarmos a nossa meta de 2 milhões de nomes: ASSINE PARA ACABAR COM A CORRUPÇÃO

Marés do Céu


"A liberdade da razão
Essa é a utopia desenhada por Edmilson Rodrigues.
No seu trabalho, formas e personagens, em permanente reconstrução, buscam aprender a mecânica que desloca o infinito.
Traço livre, ao invés de afirmar, pergunta.
Alma rigorosa, mesmo sem saber, exige resposta.
Obra engajada mas com outra embocadura.
Não parte de programas ou metas estabelecidas. Pelo contrário, é a razão encarnada em criação, abandonada a si mesma nas vastidões amazônidas, descobrindo que mistérios decifrados são matizes de novos mistérios.

MARÉS DO CÉU reúne desenhos realizados ao longo dos últimos vinte anos.
Boa parte foi produzida em reuniões, assembléias e outros fragmentos da luta de classes."

Do Cineasta Luiz Arnaldo Campos
Sobre o livro de desenhos MARÉS DO CÉU. 2003

ALÇAR ARMAS! TÉCNICA, PENSAMENTO E AÇÃO TRANSFORMADORES PARA FAZER RENASCER A ESPERANÇA NO BRASIL


Edmilson Brito Rodrigues
Professor e Arquiteto
Ex-Deputado Estadual e Ex-prefeito de Belém


Corroborando com a idéia de Milton Santos (2001) de que a possibilidade de uma outra globalização vai se tornando viável com as mutações filosófica e tecnológica que, indissociavelmente, embrionam o período popular da história, pode-se observar que a divisão digital, em outras palavras, as desigualdades sócio-espaciais expressas no acesso desigual às tecnologias digitais disponíveis, começa a chegar ao fim. A comunicação realizada por meio dos fluxos de informações digitais está chegando às massas do mundo, mesmo nos países mais pobres, trazendo uma revolução na economia, na política e na sociedade. Logo, na reconfiguração geográfica coetânea do período que está em gestação.
Se é verdade que pobreza e isolamento extremos são quase sinônimos, é verdade também que a telefonia celular e a internet sem fio, as mais transformadoras tecnologias do fenômeno técnico contemporâneo, autorizam, à revelia dos lugares e agentes que mandam no atual período histórico, o fim do isolamento.
Depreende-se disso que, como uma contra-racionalidade à razão do capital, a superação da divisão digital vem se dando mediante as próprias forças de mercado. Sim, porque a maximização da produtividade, o baixo valor dessa poderosa tecnologia, e a forte tecnoesfera produzida para viabilizar seu consumo tem permitido incorporar crescentes contingentes de pobres ao seu uso.
Imagem: Marés do Céu

DAS ALDEIAS ÀS GRANDES CIDADES

Basta dizer que em 2008 já havia mais de 3,3 bilhões de assinaturas de celulares no mundo; que a Índia tem cerca de 300 milhões de assinantes; o Brasil, mais de 130 milhões; a Indonésia, com aproximadamente 120 milhões e o continente africano, com mais de 280 milhões de assinantes (SACHS, 2008). Pode-se afirmar que os telefones móveis hoje estão presentes em todos os lugares do mundo, das aldeias às grandes cidades. Em uma extraordinária convergência contínua da informação digital e de lugares.
Sistemas sem fio conectam cada vez mais telefones móveis com a internet, com computadores pessoais e serviços de informação de todos os tipos de todos os lugares. Produzindo uma impressionante gama de benefícios, tais como acesso a sistemas bancários e de pagamento sem fio, serviços de saúde pública, assistência médica, sistemas de tele-medicina, serviços de emergência de ambulâncias educação, bancos, comércio e lazer, além das comunicações entre famílias e amigos (SACHS, 2008).

A LÓGICA HEGEMÔNICA POTENCIALIZA A PRODUÇÃO DE SEU CONTRÁRIO

Obviamente, a popularização dessa técnica é a própria condição para a acumulação oligopolista de capital e, em consequência, de reforço do processo de concentração de renda nos países onde essas mercadorias e serviços se realizam. Porém, se essa é a racionalidade hegemônica, por causa dela produzem-se contra-racionalidades. O uso da rede mundial de computadores (internet) e da telefonia móvel por agentes criminosos (pedofilia, tráfico humano, narcotráfico) se constitui em exemplo de contra-racionalidade. Contudo, há usos populares que se expressam como formas de resistências e, mais do isso, em alternativa à racionalidade hegemônica. Em outras palavras, a lógica hegemônica potencializa a produção de seu contrário, de uma lógica contra-hegemônica, logo, de uma racionalidade baseada em usos do território (técnica da ação) como bem social e não como bem mercantil; uma uma forma de uso das técnicas com base em uma concepção de mundo, uma filosofia que, mais do que constatar as desigualdades sócio-espaciais, interferir na realidade para torná-la uma paisagem de conteúdo feliz e igualitário.

UM MOVIMENTO CONTRA-HEGEMÔNICO

É isso, um movimento contra-hegemônico e uma outra racionalidade alternativa à globalização atual, que os músicos das baixadas de Belém, das favelas do Rio de Janeiro; os povos indígenas do Xingu, etc., vêm fazendo ao utilizarem o aparato informacional para denunciar as ações violentas e desumanizantes hegemônicas e anunciar o amanhã que a história do futuro já prenuncia.
Em tempo, vale chamar atenção de todos e todas que têm acesso àS técnicas informacionais e o compromisso com o futuro soberano e socialista do Brasil. Vive-se uma conjuntura complexa e desfavorável aos que vivem do trabalho. Como nunca na história deste país exerceu-se tão fortemente a hegemonia a favor do capital e contra esta nação de diversas nações que acumulam séculos de resistência. Os embates das lutas de classes que se aproximam em forma de disputa institucional exigem uso competente das técnicas e compromisso com as transformações estruturais tão urgentes neste país. As vítimas das perversidades sistêmicas, os descontentes, os que têm o privilégio de já conseguir ver a realidade com olhos críticos, em especial a juventude estudantil devem cumprir papel de vanguarda na luta contra-hegemônica informacional.
Uma evocação!

PLÍNIO PRESIDENTE! PARA RENASCER A ESPERANÇA.

O Brasil não reconhece a si mesmo. O povo vive uma situação paradoxal: de um lado, medo e sofrimento pela perversidade da vida real grávida de desemprego, violência no campo e na cidade, tortura moral causada pela prostituição infanto-juvenil, extermínio de jovens pobres pela política de “faxina” feita pelo Estado em nome do combate ao crime organizado e, de outro, uma confusão de espíritos que dificulta a percepção de tudo isso é causado por uma política e que essa política tem responsáveis; que o programa dos governos de FHC e Lula, ao privilegiar os interesses de banqueiros, do agronegócio, das mineradoras e demais corporações, aprofundam as desigualdades sócio-espaciais, segregando as classes pobres nas infinitas favelas e acampamentos em todo o território brasileiro. O renascimento da fé e a coragem de ser feliz das últimas eleições deram lugar à crença de que todos os partidos políticos são corruptos e que, em sendo assim, ao invés de mudanças, por que não se contentar com as migalhas das políticas assistenciais, que servem apenas para garantir o sono dos injustos que mandam no país? Mas, os olhos indormidos da maioria continuam perturbados pelos ruídos dessas perversidades que habitam as famílias trabalhadoras nos lares, nas estradas, nas ruas.
O PSOL e o conjunto dos socialistas brasileiros sabem muito bem que não se pode perdoar nem redimir os crimes contra a esperança. Por isso, escolheu entre os filhos do povo, um de seus mais preparados e bravos pensadores e lutadores. É PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO quem vai comandar a luta cívica para fazer triunfar novamente a esperança no futuro justo e feliz.
PLÏNIO – ainda pré-candidato à presidente – será o comandante da caravana que, por ser popular, fará renascer a alegria e a fé dos “de baixo” na construção do amanhã socialista do Brasil.


Referências:
SACHS, Jeffrey D.A guerra digital contra a pobreza. In: Valor Econômico, 2 de setembro de 2008. Colhido de http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=42722
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2000.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Edmilson em São Braz



Carta recebida pelo blog, por ocasião da visita de Edmilson e Fernando ao Complexo de São Braz, dia 22 de abril de 2010

"Prefeito Edmilson todos nos que fazemos o complexo de São Braz ficamos muito felizes em recebê-lo, agradecemos muito a sua visita, pois o que temos pela nossa frente serão muitas lutas, a primeira começa no dia 3 de outubro que é elegê-lo o deputado estadual mais votado da historia do Pará, tenho certeza que toda a sociedade belenense ira vestir a camisa literalmente, que significa a ética na política, a moralidade, políticas publicas para os que mais necessitam. Enfim um governo democrático e popular, um verdadeiro governo do povo como o senhor realizou nos oitos anos de governo.
Todos os trabalhadores da nossa linda Belém estamos incumbidos de mudarmos essa nossa triste realidade atual que é tirar esse governo corrupto, predador e incompetente. Tenha certeza prefeito Edmilson Rodrigues que toda a sociedade de Belém, todos os homens e mulheres de bem desta cidade marcharam ao seu lado em 3 de outubro, e em primeiro de janeiro de 2013 o senhor retornará para a prefeitura de Belém, e fará o povo feliz novamente, a nossa luta agora em 3 de outubro e fazer o senhor o deputado estadual mais votado da historia de Belém, um grande abraço prefeito e conte com o povo de Belém."

Plínio de Arruda Sampaio em Belém


O pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, estará em Belém. Ele chegará na quinta-feira (29), no início da tarde, ficando no dia seguinte para o julgamento do Regivaldo Galvão (o Taradão), um dos mandantes do assassinato da irmã Dorothy Stang.
Em Belém, Plínio contará com a companhia de Fernando Carneiro (PSOL), pré-candidato ao governo do Pará e de Edmilson Rodrigues.

Agenda
Quinta-feira, 29
18h30 - Debate Público
Tema: Uma alternativa popular e socialista à crise brasileira.
Local: Auditório da Faculdade de Medicina da UFPa - Av. Generalíssimo Deodoro, Nº 01 - Umarizal - Belém - PA

Sexta-feira, 30
8h00 - Participação no ato público durante o julgamento de Regivaldo Galvão, acusado de ser um dos mandantes do martírio de irmã Dorothy Stang.
Local: Em frente ao Fórum Criminal, Cidade Velha, Belém.

Plínio de Arruda Sampaio


Aos 79 anos de idade e mais de 50 anos de vida pública, Plínio Arruda Sampaio é promotor público aposentado e mestre em desenvolvimento econômico internacional pela Universidade de Cornell (EUA). Com uma história marcada pela atuação junto à Igreja Católica, é também um defensor da reforma agrária no país. Atualmente é presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA).
Em seu primeiro mandato como deputado federal (1963-64), foi relator do projeto de reforma agrária do governo João Goulart. Com o golpe, engrossou a primeira lista de cassados e foi para o exílio. À época, o cargo de promotor público que exercia desde 1954 também foi cassado – só sendo reconhecido novamente em 1984, quando foi anistiado e aposentado.
Plínio trabalhou na ONU, em programas de reforma agrária, desenvolvimento rural e desenvolvimento da pequena agricultura. Entre 1964 e 1970, atuou no Chile. De 1965 a 1975 foi diretor de programas de desenvolvimento da FAO, órgão da ONU para agricultura e alimentação, trabalhando em todos os países da América Latina e Caribe. Desde 1975 atua como consultor da entidade.
Plínio foi um dos fundadores do PT, deputado federal constituinte e candidato a governador em 1990 e em 2006, já pelo PSOL.

Fernando Carneiro (PSOL), pré-candidato ao governo do Pará


Fernando Carneiro é um militante socialista com longa trajetória nos movimentos sociais. É historiador, formado pela Universidade de São Paulo (USP) com licenciatura Plena pela Faculdade de Educação (USP). É Pai de dois filhos, Renan e André.
Fernando Carneiro participou ativamente, ainda na adolescência, do processo de reorganização do movimento estudantil paraense no inicio dos anos 80, destacando-se sua atuação na luta pela “meia passagem”.
Em 1983, ainda sob a ditadura militar, foi, ao lado de outras lideranças estudantis, enquadrado na famigerada Lei de Segurança Nacional (LSN), por participar da luta contra a ditadura e por integrar o movimento “Diretas Já”. Julgado por um Tribunal Militar foi absolvido.

Fernando Carneiro ( PSOL): do fundo do baú


Foi fundador do Partido dos Trabalhadores (PT) e participou do processo de reorganização do Centro Acadêmico de Ciências Sociais na UFPa. Esteve presente nas principais lutas populares durante a fundação da Comissão dos Bairros de Belém (CBB) e da organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em 1987, após o falecimento de seu pai, mudou-se para São Paulo onde militou primeiro no movimento estudantil e depois no movimento sindical através do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP). Ainda em São Paulo trabalhou por 8 anos na Companhia de engenharia de Tráfego (CET).
Voltou para Belém em 1999 e se integrou ao “Governo do Povo”, na então administração de Edmilson Rodrigues desempenhando a função de Presidente da Companhia de Transportes de Belém (CTBEL). Neste período, foi escolhido pelo Fórum Nacional de Secretários de Transporte para representar a entidade na primeira composição do “Conselho Nacional das Cidades”. Integrou também o Conselho Estadual de Trânsito.
Em 2005, depois da falência do PT, filia-se ao PSOL onde, desde o primeiro momento, integra a direção estadual do Partido. Atualmente ocupa o cargo de Secretário de Movimentos Sociais na Executiva Estadual do PSOL.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

SOMOS TODOS XINGU


"O mundo tem que saber o que está acontecendo aqui, perceber que destruindo as florestas e povos indígenas, estarão destruindo o mundo inteiro. Por isso não queremos Belo Monte. Belo Monte representa a destruição de nosso povo."

Nós, indígenas do Xingu, não queremos Belo Monte

Por Cacique Bet Kamati Kayapó, Cacique Raoni Kayapó Yakareti Juruna

Nós, indígenas do Xingu, estamos aqui brigando pelo nosso povo, pelas nossas terras, mas lutamos também pelo futuro do mundo

O presidente Lula disse na semana passada que ele se preocupa com os índios e com a Amazônia, e que não quer ONGs internacionais falando contra Belo Monte. Nós não somos ONGs internacionais.

Nós, 62 lideranças indígenas das aldeias Bacajá, Mrotidjam, Kararaô, Terra-Wanga, Boa Vista Km 17, Tukamã, Kapoto, Moikarako, Aykre, Kiketrum, Potikro, Tukaia, Mentutire, Omekrankum, Cakamkubem e Pokaimone, já sofremos muitas invasões e ameaças. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, nós índios já estávamos aqui e muitos morreram e perderam enormes territórios, perdemos muitos dos direitos que tínhamos, muitos perderam parte de suas culturas e outros povos sumiram completamente. Nosso açougue é o mato, nosso mercado é o rio. Não queremos mais que mexam nos rios do Xingu e nem ameacem mais nossas aldeias e nossas crianças, que vão crescer com nossa cultura.

Não aceitamos a hidrelétrica de Belo Monte porque entendemos que a usina só vai trazer mais destruição para nossa região. Não estamos pensando só no local onde querem construir a barragem, mas em toda a destruição que a barragem pode trazer no futuro: mais empresas, mais fazendas, mais invasões de terra, mais conflitos e mais barragem depois. Do jeito que o homem branco está fazendo, tudo será destruído muito rápido. Nós perguntamos: o que mais o governo quer? Pra que mais energia com tanta destruição?

Já fizemos muitas reuniões e grandes encontros contra Belo Monte, como em 1989 e 2008 em Altamira-PA, e em 2009 na Aldeia Piaraçu, nas quais muitas das lideranças daqui estiveram presentes. Já falamos pessoalmente para o presidente Lula que não queremos essa barragem, e ele nos prometeu que essa usina não seria enfiada goela abaixo. Já falamos também com a Eletronorte e Eletrobrás, com a Funai e com o Ibama. Já alertamos o governo que se essa barragem acontecer, vai ter guerra. O Governo não entendeu nosso recado e desafiou os povos indígenas de novo, falando que vai construir a barragem de qualquer jeito. Quando o presidente Lula fala isso, mostra que pouco está se importando com o que os povos indígenas falam, e que não conhece os nossos direitos. Um exemplo dessa falta de respeito é marcar o leilão de Belo Monte na semana dos povos indígenas.

Por isso nós, povos indígenas da região do Xingu, convidamos de novo o James Cameron e sua equipe, representantes do Movimento Xingu Vivo para Sempre (como o movimento de mulheres, ISA e CIMI, Amazon Watch e outras organizações). Queremos que nos ajudem a levar o nosso recado para o mundo inteiro e para os brasileiros, que ainda não conhecem e que não sabem o que está acontecendo no Xingu. Fizemos esse convite porque vemos que tem gente de muitos lugares do Brasil e estrangeiros que querem ajudar a proteger os povos indígenas e os territórios de nossos povos. Essas pessoas são muito bem-vindas entre nós.

Nós estamos aqui brigando pelo nosso povo, pelas nossas terras, pelas nossas florestas, pelos nossos rios, pelos nossos filhos e em honra aos nossos antepassados. Lutamos também pelo futuro do mundo, pois sabemos que essas florestas trazem benefícios não só para os índios, mas para o povo do Brasil e do mundo inteiro. Sabemos também que sem essas florestas, muitos povos irão sofrer muito mais, pois já estão sofrendo com o que já foi destruído até agora. Pois tudo está ligado, como o sangue que une uma família.

O mundo tem que saber o que está acontecendo aqui, perceber que destruindo as florestas e povos indígenas, estarão destruindo o mundo inteiro. Por isso não queremos Belo Monte. Belo Monte representa a destruição de nosso povo.

Para encerrar, dizemos que estamos prontos, fortes, duros para lutar, e lembramos de um pedaço de uma carta que um parente indígena americano falou para o presidente deles muito tempo atrás: " Só quando o homem branco destruir a floresta, matar todos os peixes, matar todos os animais e acabar com todos os rios, é que vão perceber que ninguém come dinheiro " .

Cacique Bet Kamati Kayapó, Cacique Raoni Kayapó Yakareti Juruna, representando 62 lideranças indígenas da Bacia do Xingu.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Do fundo do baú


Gumercindo, Abigail, Vera, Gerson, Edmilson e Selma.

Edmilson: por outras canetas

POR UM SISTEMA PÚBLICO DE ENSINO DE QUALIDADE SOCIAL COM VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL

Palestra proferida no XIX Congresso Estadual do SINTEPP – Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Pará, realizado em outubro de 2009.

Se colocamos em questão o sistema público de ensino, então é procedente que comecemos por uma reflexão sobre o significado de sistema. É possível, sintetizá-lo como sendo um conjunto de elementos dinâmicamente interconectados, de modo a formar um todo organizado e portador de um objetivo geral a ser atingido, o que pressupõe projeto, logo, uma práxis. Nessa perspectiva, o objetivo de um sistema público de ensino de qualidade social com valorização profissional está plenamente justificado do ponto de vista conceitual. Contudo, somente a integração dos elementos que compõem um sistema pode garantir o que podemos definir como sinergia, ou seja, um processo que permite demonstrar o modo de interrelação e integração entre as diversas partes, elementos, aspectos ou dimensões do todo. A análise da sinergia de um determinado sistema permite perceber que as transformações ocorridas em uma das partes influenciará todas as outras, o que é essencial para a consecussão do objetivo projetado. O problema está no fato de o pensamento conservador – que na globalização atual ficou conhecido como “pensamento único” - tender sempre a achar que as partes por si só constituem sistemas capazes de explicar o todo e que as mudanças parciais são suficientes para a melhoria do conjunto das partes. Com isso, inviabiliza a apreensão das determinações que a sociedade – o modo de produção capitalista – exerce sobre todos os territórios, todos os lugares e todas as dimensões da vida; processo que, longe de homogeneizar o mundo o tem tornado mais fragmentado, porque é diferenciado em cada lugar e pelo lugar.Para ler na íntegra.

Educação: ameaças e intimidações

O Governo do Estado tem se articulado no sentido de confundir a base da categoria, bem como colocou a sua tropa de choque (gestores, direções ligadas ao governo) para tentar a todo o custo difundir toda uma profusão de ameaças e de intimidações em que deixa a categoria reticente quanto ao ato de hoje.

É preciso que fique claro de que a categoria tomará a decisão sobre o movimento. O momento é de compreendermos de que os setores governistas deverão insistir de que a nossa greve, caso haja, é eleitoreira, entretanto precisamos desmistificar isso, pois o Governo precisa descer de seu pedestal de arrogância e prepotência e apresentar de fato algo em que categoria possa sentir-se contemplada nas suas reivindicações se suspender o movimento paredista com base na proposta a ser apresentada pelo governo de Ana Júlia. Nota do Sintepp

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Todos contra a usina de destruição e mortes!

Entidades que compõem o Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre organizam nova manifestação de rua em Belém contra a construção e o leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu. A concentração será nesta terça-feira (20), no terminal rodoviário da Universidade Federal do Pará (UFPA), que fica no terceiro portão da instituição, às 9h.

Liminar contra Belo Monte

O juiz federal Antonio Carlos Almeida Campelo, da Subseção de Altamira, concedeu a segunda liminar que manda suspender o leilão que selecionará as empresas que vão construir a Hidrelétrica de Belo Monte, na região do Xingu, sudoeste do Pará. O certame está marcado para esta terça-feira (20). Se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não suspender os efeitos do edital que autoriza o leilão, ficará sujeita à multa de R$ 1 milhão.

Além de suspender o leilão, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) terá que anular a licença prévia que expediu e não poderá emitir uma nova, até que a ação seja apreciada no mérito. Ainda cabe recurso da decisão ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília (DF). Leia mais

sábado, 17 de abril de 2010

Morrer é apenas não ser visto

(Fernando Pessoa)

por Fernando Carneiro

Onde estão nossos miseráveis? Segundo dados oficiais o Pará tem hoje cerca de 2,1 milhões de seres humanos vivendo abaixo da linha de miséria. Quase um a cada três paraenses. Você sabe onde eles estão? Muitos haverão de ser invisíveis aos olhos de quem está acostumado a viver em um mundo de exclusões. Muitos não são vistos e por essa razão estão quase mortos.

Mas mortos de verdade estão os 512 mil brasileiros assassinados no período de 1997 a 2007. Isso mesmo, mais de meio milhão de pessoas assassinadas em 10 anos. A maioria jovens meninos entre 15 a 24 anos. Boa parte negros, pois em 2002 morriam, vítimas de homicídio, 46% mais negros do que brancos. Já em 2007, apenas cinco anos depois, essa proporção se elevou para 108%.

No Pará, no mesmo período de 1997 a 2007, a taxa de homicídios aumentou 195%, o que fez com que pulássemos da 20ª para a 7ª colocação entre o ranking dos estados mais violentos. Entre as 15 cidades mais violentas temos duas: Marabá e Tailândia, sendo que esta ocupa o nada desejado posto de 3ª cidade mais violenta do país.

Miséria e violência andam juntas. Não precisa ser um cientista político ou sociólogo pra saber disso, mas estes números além de serem menosprezados ou escondidos pela propaganda oficial são ofuscados, entre outras coisas, pelo gasto de dinheiro público para fazer propaganda de uma empreitada privada: a construção de uma siderúrgica em Marabá pela Vale. Uma empresa que em muitos aspectos se configura como um estado dentro do estado.

Ao governo estadual, a quem cabe a obrigação de ver toda a população, os mortos e miseráveis são invisíveis. Neste caso, contrariando Saint Exupéry em seu antológico “O pequeno príncipe”, o essencial não é invisível aos olhos. E só vê bem com o coração, quem ainda se indigna diante de tanta iniqüidade.

Mudar esse mundo é preciso. Não dá mais para conviver com hipocrisias e mentiras oficiais, não dá mais para ouvir autoridades afirmarem que a culpa das mortes no desabamento do “morro do bumba”, em Niterói, é da população pobre que “resolveu morar” lá, como se tivessem opção de morar numa suíte na Viera Souto. Por isso revoltar-se é inadiável. Precisamos ver, precisamos não morrer, precisamos da luta.

Abril 2010

Fernando Carneiro é Historiador, membro da equipe editorial do Ponto de Pauta e pré candidato do PSOL ao Governo do Pará.

Um dia para jamais esquecer


Para Oziel Pereira

por Aldenor Jr

O sol sobre as cercas e o cerco já estava decidido.
17 de abril de 1996. As tenazes se fechando enquanto bandeiras desfraldadas ondulavam, inocentes de que em poucas horas seriam farrapos em meio à carnificina.
A voz majestática ainda ressoa: "Desocupem. De qualquer maneira. Isto é uma ordem".
De qualquer maneira, a qualquer preço, custe o que custar.
E custou. Custou 19 vidas e sangue, muito sangue a empapar aquele trecho perdido da PA-150.
Quando a tarde estava para cair, 17 horas, e o lusco-fusco já se insinuava, ouviram-se os primeiros tiros de fuzil. Bombas. Fumaça. Terçados, foices, paus e pedras. É a guerra? Não, está mais para um abatedouro de seres humanos, dessangrados ali mesmo, com os golpes e tiros de misericórdia sendo desferidos em meio à algaravia de impropérios e insultos que os fardados despejavam sobre os camponeses já rendidos.
Muitos foram executados a sangue frio,sem piedade. À bala ou à faca, o serviço deveria ser feito. Custe o que custar. De qualquer maneira. Essa era a ordem.
Eldorado, Eldorado, teus gritos de pavor são trazidos pelo vento da memória.
O cheiro de morte ainda pode ser sentido. Está lá, entre as 19 castanheiras fincadas em lembrança dos caídos. Mas está aqui, em qualquer lugar, nesse imenso território onde a injustiça e a impunidade são o pão nosso de cada dia.

14 anos do massacre no Pará

Em 17 de abril de 1996, policiais militares do Pará - respaldados pelo então governador, Almir Gabriel (ex-PSDB), e o secretário de Segurança, Paulo Sette Câmara - promoveram o Massacre de Eldorado de Carajás, que ganhou repercussão internacional e deixou marca na história do país, ao lado do Massacre do Carandiru (1992) e da Chacina da Candelária (1993), como uma das ações policiais mais violentas do Brasil. Em 2002, o presidente FHC instituiu essa data como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Passados 14 anos do massacre no Pará, permanecem soltos os 155 policiais que mataram 19 trabalhadores rurais, deixaram centenas de feridos e 69 mutilados.

De todos os envolvidos, 146 policiais foram indiciados criminalmente, e o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira foram condenados à pena máxima de detenção pelo Tribunal do Júri de Belém, em junho de 2002. Porém, tanto Pantoja quanto Oliveira, permanecem em liberdade, já que em 2005 ambos conseguiram no STF (Supremo Tribunal Federal) o habeas corpus para aguardarem o fim do processo.

"Estamos mobilizados para denunciar que depois de tanto tempo do massacre ninguém foi preso e as famílias ainda não foram indenizadas. Cobramos a indenização de todas as famílias e atendimento médico aos sobreviventes. Defendemos também um novo julgamento para impedir que a morte de 19 companheiros fique impune. Além disso, exigimos a Reforma Agrária para acabar com a violência contra os trabalhadores rurais", explica o integrante da coodenação nacional do MST, Ulisses Manaças.

Sem defesa

E, como era de se esperar, o presidente do Tribunal Regional da 1a Região (TRF-1), Jirair Aram Meguerian, acaba de detonar as duas liminares que suspendiam a licença prévia e o leilão de Belo Monte.
O Planato deve estar em festa diante de uma decisão que envergonha a magistratura brasileira, além de demonstrar como as mais altas instâncias da Justiça brasileira podem se tornar refúgio de indignidades sem conta.
Do Pagina Crítica

Maior número de assassinatos no campo ocorre na Amazônia, segundo CPT

Um relatório sobre Conflitos no Campo, produzido pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), indicou que a Amazônia Legal concentrou 68% dos assassinatos por conflitos no campo ocorridos no país em 2009. Também aconteceram na região, segundo a pesquisa, 67% das tentativas de assassinato e 83% das ameaças de morte contabilizadas. A região Norte do Brasil foi responsável por 52% dos homicídios por conflitos no campo, sendo que 22% dessas mortes ocorreram no Pará.Leia mais

Carta Internacional dos Atingidos pela Vale

Os mais de 160 participantes de diversos países reunidos entre os dias 12 e 15/04 no Rio de Janeiro para o I Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale elaboraram uma Carta Internacional na qual denunciam as ações predatórias da mineradora no mundo inteiro.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ministério Público é favorável à cassação do prefeito de Belém

O Ministério Público Eleitoral (MPE) no Pará encaminhou hoje parecer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em que declara ser favorável à decisão da Justiça Eleitoral que em dezembro cassou o mandato do prefeito de Belém, Duciomar Costa, e de seu vice, Anivaldo Vale. Para o MPE, quando candidato à reeleição Duciomar Costa cometeu irregularidades ao promover sua candidatura em placas de obras que na verdade eram propaganda disfarçada e fora do prazo. Leia mais...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Deu no Jornal Pessoal de Lúcio Flávio Pinto



Jornal Pessoal (Nº 462, 1a quinzena de abril de 2010).
Para ampliar click na imagem.

VER O PESO




De Max Martins

A canoa traz o homem
a canoa traz o peixe
a canoa tem um nome
no mercado deixa o peixe
no mercado encontra a fome

a balança pesa o peixe
a balança pesa o homem
a balança pesa a fome
a balança vende o homem

vende o peixe
vende a fome
vende e come

(...)pese o peixe
pese o homem
o peixe é preso
o homem está preso
presa da fome

ver o peixe
ver o homem
ver a morte
ver o peso.

A METRÓPOLE E O FUTURO


A questão da metropolização é, sem dúvida, uma das mais relevantes do processo de urbanização contemporâneo. Trata-se de um tema de enorme atualidade e que carece de uma atualização teórico-metodológica que seja adequada às características e à natureza deste mundo denominado globalizado.

A METRÓPOLE E O FUTURO da Professora Maria Adélia de Souza (coordenadora) - Edições TERRITORIAL - congrega formulação de teorias, relatos de pesquisas, casos e processos, discussões de problemas cruciais da metrópole.

Geógrafos e cientistas de vários países trouxeram sua colaboração, atualizando nossos conhecimentos sobre a compreensão dessas metrópoles ainda pouco difundidas entre nós. Entre elas, a do Professor e Arquiteto Edmilson Brito Rodrigues com o tema "Planejamento Sócio-territorial participativo de Belém - O Congresso da cidade”. Tudo isso reunido em uma só obra certamente faz deste livro uma leitura indispensável para o conhecimento das metrópoles contemporâneas.

O livro foi lançado por Edmilson Rodrigues em Belém no dia 29 de abril de 2008, no vadião - UFPA

"Emenda Ibsen": implicações políticas e econômicas no território

Edmilson Rodrigues

A distribuição dos royalties do petróleo entre os estados brasileiros pode ser benéfica?
A emenda No. 387 (Ibsen) ao Projeto de Lei (PL 5938/2009) do Executivo foi aprovada pela Câmara Federal e o projeto já emendado remetido para apreciação do Senado. Ela tem de positivo o fato de pautar a questão do uso dos recursos do território em benefício de todas as regiões desse e não apenas naquelas onde as minas estão localizadas. Desse modo, o Congresso Nacional obrigou-se a discutir em perspectiva nacional as repercussões econômicas previstas com a exploração do petróleo da camada do pré-sal. Como se sabe, o Brasil tinha conhecidas apenas reservas petrolíferas equivalentes a 14 bilhões de barris e, com a detecção das novas fontes, pode alcançar até 100 bilhões de barris. Somente os campos já avaliados de Tupi, Iara e Parque das Baleias tem reservas comprovadas de 33 bilhões de barris.

O problema maior é a posição contrária do governo Luiz Inácio da Silva em desfazer o marco regulatório do petróleo normatizado pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). Em sua ira privatista FHC autorizou a participação do capital privado, especialmente o estrangeiro, no controle da Petrobrás, além dos leilões para a exploração pelas grandes corporações petroleiras de poços em território nacional. Hoje, cerca de 65% do capital da Petrobrás pertence ao grande capital transnacional, sendo que 52% é de empresas norte-americanas. O Atual governo, além de manter as ações da Estatal como objeto de especulação financeira e submetidas aos humores dos especuladores das bolsas de valores deu continuidade ao processo de concessão de novos poços, ampliando de quatro (4) para dez (10) até agora os sob controle estrangeiro.

Acontece que se isso já era um crime de lesa-pátria quando julgávamos ter apenas 14 bilhões dessa fonte não-renovável de energia, com a descoberta das novas fontes na camada do pré-sal, tornou-se insustentável manter o mesmo marco regulatório. Por isso, em nome dos interesses estratégicos do Brasil, o correto seria voltar à antiga lei do petróleo (lei nº 2.004 de 1953), o que implicaria na reestatização da Petrobras, a volta do monopólio estatal e o fim das concessões para as multinacionais petrolíferas no Brasil. Contudo, ao invés de afirmar o princípio da soberania nacional sobre os recursos territoriais e restabelecer à Petrobrás as funções de gestão, prospecção e exploração das riquezas petrolíferas, o governo decidiu propor a criação de uma nova estatal – a Petro-sal -, que já nasce submetida à ideologia de que o Brasil não pode explorar seus próprios recursos e, por isso, deve garantir a participação ativa e decisiva do capital privado, apenas reservando uma participação mínima da Petrobrás em 30% dos empreendimentos.

A partir dessa concepção também privatista, mas sob pressão de movimentos sociais de oposição de esquerda (Conlutas, Intersindical, etc.), mas também de importantes entidades, como o SINDPETRO – Sindicato nacional dos Petroleiros e a CUT – Central Única dos trabalhadores, que compõem a base de apoio social do governo, este decidiu enviar ao Congresso quatro novos projetos para regular o pré-sal: 1) o modelo de partilha de produção; 2) a criação da Petrosal; 3) a criação de um Fundo de Desenvolvimento (Fundo Soberano) para reinvestir os recursos da exploração do pré-sal, e 4) uma mudança na forma de distribuição de royalties do pré-sal, mantendo a distribuição atual apenas para as áreas fora do pré-sal.

É esse o contexto do debate sobre a emenda Ibsen que, por implicar, enquanto não inicia a exploração do pré-sal prevista para 2016, em perdas para os Estados produtores, recebeu proposta aditiva de que o governo federal, nesse período transitório, fique responsável pela compensação das perdas dos estados e municípios afetados. Essa compensação deverá ser feita com recursos dos royalties que a União recebe do petróelo, o que equivale ao dobro de tudo que o conjunto dos estados recebe.

A compensação não é novidade. Quando o governo FHC decidiu desonerar do pagamento do ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias) as empresas exportadoras de matéria prima e produtos semi-elaborados (madeira, juta, pescado, lingotes de alumínio, minério de ferro, etc.) definiu mecanismos parciais de compensar os Estados produtores. O Estado do Pará faz jus à compensação financeira, mas, verdade se diga, amarga sérios prejuízos que foram agravados pela incorporação dessa lei de FHC (Lei Kandir) ao texto da Constituição Federal, o que torna quase irrevogável a festa que mineradoras e madeireiras fazem à custa da miséria absoluta de cerca de três (3) milhões de paraenses e tantos outros milhões de brasileiros que poderiam viver com dignidade se nossos recursos naturais fossem popular e soberanamente explorados e usufruídas.

Portanto, se a distribuição a todos os Estados dos royalties do petróleo é positiva, não são os Estados não produtores os algozes dos produtores. Os algozes são as corporações petroleiras cuja lógica é exclusivamente a ampliação de sua massa de lucro e as autoridades, que mesmo falando em interesses nacionais, perpetram um modelo anti-soberano de uso do território, já que esse uso está submetido à razão dessas corporações.

Os estados e municípios produtores devem ter “participações especiais” na divisão dos royalties ?

Deve-se sim, estabelecer um processo de ganho para a totalidade do território nacional e de todos os brasileiros, mas sem descuidar dos estados produtores, que devem ter participação maior na divisão dos royalties, haja vista que os impactos da exploração provocam desequilíbrios sócio-espaciais sempre muito significativos (surgimento de favelas, imigração descontrolada, aumento dos índices de violência, aumento da massa de desempregados, etc.); problemas esses que exigem recursos especiais para serem mitigados. Por isso mesmo, a questão deve ser inserida em um debate acerca do tipo de desenvolvimento que interessa à nação brasileira e não o crescimento acelerado apenas do lucro das empresas.

Isso vai alavancar o desenvolvimento das outras regiões, em especial a amazônica?
Se concebemos o desenvolvimento como viabilização de um projeto soberano de nação de modo a torná-la mais justa e igualitária e cada vez menos desequilibrada em termos interregionais, então não devemos criar ilusões de que, apenas com aumento de recursos financeiros provenientes de royalties, a Amazônia irá melhorar sua dinâmica sócio-econômica em perspectiva sócio-espacial equalizadora. Enquanto predominar a ideologia da modernização conservadora que vem sendo desenvolvida como solução desde Getúlio Vargas, passando pela ditadura militar e intensificada pelos governos FHC e Lula (Plano Amazônia Sustentável – PAS e Plano de Aceleração do Cresciemento - PAC), nossa região vai continuar a ver suas riquezas sangrarem, a pobreza crescer e a concentração de terras e riquezas também nas mãos de uma minoria dominada pelo grande capital nacional e estrangeiro.

Esse é um tema necessário e urgente que não dá para ser aprofundado em poucas linhas. O importante é que a Amazônia seja entendida como região grávida de diversidade biológica, social e cultural; como um subespaço complexo que só pode ser apreendido e compreendido e projetado para o futuro mediante um esforço de produção de uma estratégia de desenvolvimento soberano do território brasileiro como uma totalidade dinâmica também complexa. Esse futuro, um desenvolvimento econômico e social com equidade interregional, é incompatível com o uso do território como recurso mercantil.

Somente quando a nação brasileira estiver madura para pensar um projeto nacional de uso do território como recurso social, como um abrigo e não como fonte de lucro, conseguiremos fugir da ideologia que tenta provar que o extermínio da floresta, de povos indígenas, o aumento da violência urbana e outras mazelas não são suficientes para impedir a ação das Vales do rio nada doce, das motosseras, das patas do boi, das corporações da água e da energia (que querem impor Belo Monte), etc.

A resistência dos estados produtores contra a nacionalização da divisão do dos royalties é justa?

Como já pude fazer menção, é legítima a pressão dos Estados produtores de petróleo por maior participação na divisão do bolo dos royalties. A compensação da perdas pela União pode resolver o problema, desde que sejam criados dispositivos que obrigue penalmente a União a cumprir. Em não ficando amarrado legalmente, serão inevitáveis as perdas, mesmo porque o governo segue a política de equilíbrio fiscal ditada pelos países imperialistas e as agências que representam os seus interesses e aos do grande capital (Banco Mundial, FMI, OMC, etc.); política que, aliás, tem apoio dos governadores do Rio, Espírito Santo e São Paulo, e que continuará a enviar bilhões e bilhões para o pagamento da dívida pública, mesmo que isso signifique o descumprimento de obrigações com os demais entes federativos.

Contudo, volto a falar em território brasileiro que os estados da região concentrada (como chamava Milton Santos às regiões Sul e Sudesde em conjunto) devem lembrar que o petróleo não é o único recurso territorial. Hoje, por exemplo, grande parte da energia consumida no sudeste sai da usina de tucuruí no Pará através do Sistema Interligado Nacional; toda a energia de Belo Monte será também exportada já que não poderá ser armazenada e a desoneração imposta pela Lei Kandir inviabiliza na prática a instalação de ínsdústrias alternativas para o beneficiamento dos recursos regionais do território; essa desoneração das exportações implica em ganhos em favor da região concentrada e de suas empresas, inclusive porque trata da exportação interna (da Amazônia para São Paulo, que é um dos maiores importadores, por exemplo).

Por isso, a emenda Ibsen Pinheiro, tem o mérito de provocar os brasileiros, particularmente os amazônidas, a ousarem exercer seu poder de construtores de um Brasil para os brasileiros, possibilidade só realizável se a Amazônia integrar essa construção histórica como subespaço estratégico.

Belo Monte e os Grandes Projetos na Amazônia, desenvolvimento para quem?


No período de 20 a 24 de abril de 2010 ocorrerá o V Congresso Estudantil da UFPA (CONEUFPA), principal atividade do movimento estudantil da UFPA e que tem por objetivo discutir assuntos referentes a sociedade e que contará com presença de alunos da capital e dos campi de nossa IFES.
Edmilson Rodrigues participará da mesa intitulada “Belo Monte e os Grandes Projetos na Amazônia, desenvolvimento para quem?”. A mesa ocorrerá no dia 21 de abril, às 9h, no Centro de Convenções da UFPA e contará com a participação do Comitê Indigenista Missionário (CIMI), do Diretório Acadêmico de Altamira e do Ex-deputado Nicias Ribeiro. Cada palestrante terá o tempo de 20minutos para fazer suas explanações iniciais.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Estação Gumercindo Rodríguez


Em 2004, por ocasião da inauguração da Estação Gumercindo Rodríguez, a Prefeitura publicou um livreto intitulado “Implantação do Sistema de Bonde Elétrico em Belém do Pará”. Um roteiro sobre o projeto e seus objetivos. Sem dúvida, a reintrodução do bondinho nos trilhos, com as características históricas do bonde que existiu no século passado, tratava-se de uma iniciativa de extrema relevância para o resgate de uma parte esquecida de nossa história. O bonde foi construído por uma empresa da cidade de Santos/SP. Uma réplica do bonde JG Brill, de origem americana, datado de 1910. Com capacidade para 45 passageiros.

Belle Époque de Belém


O bondinho voltaria a circular pelas ruas do Centro de Belém, num trecho de 1.985 metros de trilho, onde seria possível apreciar os prédios históricos, seus casarões do final do século XIX e início do século XX, período conhecido como a Belle Époque de Belém, em que a cidade cresceu com a exploração e exportação da borracha.

A Via dos Mercadores

A reintrodução do bonde era parte integrante de outro projeto mais ousado da prefeitura, a implantação da “Via dos Mercadores”, nome de uma das primeiras ruas de Belém, hoje denominadas João Alfredo e Santo Antônio. Segundo os historiadores, a “Via dos Mercadores” recebeu este nome no século XVII, por situar-se às proximidades da área comercial e do porto da cidade, aonde hoje se encontra o Ver-o-Peso e o Forte do Castelo.

Via dos Mercadores: promovendo inclusão social


A obra previa intervenções nas calçadas, no piso da via, implantação de bancos e lixeiras, nova iluminação das ruas e fachadas dos prédios, construção de quiosques para os ambulantes, pontos de táxi e postos de informações turísticas. Além disso, o projeto garantia a manutenção dos postos de trabalho dos ambulantes, promovendo inclusão social e resgatando o patrimônio físico e cultural da cidade.
Infelizmente, em 2005, este projeto foi interrompido.

Gumercindo Rodriguez


Muita gente ainda pensa se o nome da estação seria uma homenagem ao pai de Edmilson Rodrigues, recorremos então ao esclarecimento prestado pelo irmão de Edmilson, Gilberto Rodrigues, na blogosfera:
Nosso pai se chamava Gumercindo Rodrigues Cezário, homem trabalhador, honesto e de caráter. Um cidadão que foi contabilista e comerciário, teve uma conduta ilibada, criando seus (07) sete filhos com muita dignidade e que veio a falecer em 21/09/1997, deixando muitas saudades;
O nome que foi emprestado à garagem do bondinho, é de nosso avô, que se chamava Gumercindo Rodriguez, militante do Partido Comunista, grande defensor da liberdade e da democracia que hoje desfrutamos neste país. Como profissional, foi motorneiro da antiga linha regular de bondes que circulava em Belém. Na época foi liderança da categoria de motorneiros, contribuindo para sua organização e prestação de serviços para a população que a utilizava, daí a homenagem.

Gumercindo Rodríguez: Motorneiro de bondes e de sonhos


Por Gerson Brito Rodrigues
No eclodir do século XX, em 1901, o pequeno galego Gumercindo Rodríguez Rodríguez, nascido em 21 de janeiro de 1892 em Orense na Espanha, acompanhado de seus padrinhos, aportavam no Ver-o-Peso.

Dona Albina Domingas Rodríguez, após alguns meses, percebera que os compadres não mais regressariam à bela Galícia, encantados que estavam com as “terras do além mar”.
Tendo enviuvado ainda jovem, Dona Albina decidiu arrumar as bagagens, abandonando tudo a fim de reencontrar seu primogênito. Os fortes laços afetivos e a esperança num futuro melhor abrandavam a difícil sobrevivência.

Ainda no auge da economia da borracha, Belém atraía milhares de imigrantes que procuravam trabalho e exercitavam esperança.

Gumercindo com somente nove anos ingressou no mundo do trabalho. Era o braço direito de sua mãe na árdua tarefa de sustentação familiar, formada, ainda, pelos irmãos Benito e Dolores.
De vendedor de água ambulante a jornaleiro, de operário a integrante das forças armadas do Brasil – terra que lhe deu nova nacionalidade - onde ingressou para defender o país durante a primeira guerra mundial, Gumercindo foi incansável.

Ele que viu Belém como um grande canteiro na adolescência, aos 20 anos vivenciou a débâcle da economia da borracha e também, a triste experiência da guerra.

Gumercindo Rodríguez : paraense nascido galego


Seu maior orgulho profissional foi ser motorneiro de bondes elétricos implantados pelo Pará Eletric na cidade. A municipalização do serviço deu-lhe status de funcionário público municipal.

Intelectual autodidata, orador brilhante, cedo Gumercindo inseriu-se nas lutas sociais e políticas. Profundo conhecedor da história do Pará, esse paraense nascido galego na Espanha incorporou os ideais libertários da cabanagem. O contato com a literatura marxista foi um passo para o seu ingresso no Partido Comunista do Brasil (PCB), onde teve ativa militância.

Gumercindo Rodríguez : Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Pará

Como sindicalista dirigiu, inclusive na condição de presidente, o Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários do Pará que até hoje tem sua sede preservada na Av. Ceará no bairro de São Brás. Nessa condição comandou diversas greves e conquistas para os trabalhadores e para o sistema de transporte ferroviário do Estado.

É fácil compreender porque Gumercindo foi vítima da repressão política de diversos governos, de Lauro Sodré a Magalhães Barata, tendo sido preso e torturado diversas vezes. Somente a retidão de caráter deu-lhe autoridade necessária para criar dignamente os filhos, principalmente durante as prisões quando era assistido por famílias amigas, haja vista a prematura viuvez.

Gumercindo Rodríguez : Osmarina, Gumercindo, Osvaldo e Tereza

Seus quatro filhos Osmarina, Gumercindo, Osvaldo e Tereza nasceram do seu primeiro casamento com a mestiça de sangue índio-negro, marajoara, Virgínia Cesário Rodrigues. Em 1972, após ter completado 80 anos de vida, dos quais mais de quarenta passados ao lado de sua segunda esposa, Dona Branca Inês Graziani Rodrigues, faleceu devido uma insuficiência respiratória provocada por forte gripe, sem nunca aberto mão de sonhar e construir uma terra livre de todas as formas de exploração e opressão.

É este sonho, pulsante e rebelde, a maior e mais viva homenagem que o povo de Belém presta a um de seus mais dignos filhos.

sábado, 3 de abril de 2010

No lado esquerdo do peito







































Nem a chuva, nem a falta de apoio oficial desanimaram as milhares de pessoas que lotaram na noite de ontem (02) as ruas do bairro da Cremação, em Belém, para comemorar os 60 anos da tradicional festa da malhação de Judas.

Mas havia um motivo especial para a alegria dos moradores. As diversas associações que há décadas lutam para manter viva essa genuína manifestação da cultura popular se prepararam para receber um amigo e companheiro de loga data: o ex-prefeito Edmilson Rodrigues.

Foram quase quatro horas de caminhada e de confraternização com centenas de moradores. Um reencontro marcado pelo carinho e pela emoção.

Essa semente de rebeldia está mais viva do que nunca



"É uma felicidade ver como o povo de Belém não abre mão do direito de sonhar e de construir seus espaços de felicidade. Aqui, nesta rua (Fernando Guilhon) estive muitas vezes compartilhando da luta de resistência e festejando as vitórias que somente a força do povo é capaz de conquistar", disse Edmilson ao subir no palanque onde grupos culturais encantavam a multidão com a boa música brasileira.

Praticamente toda urbanizada durante a gestão de Edmilson na prefeitura da capital (1997-2004), a Cremação foi um dos bairros de maior presença nos processos de participação criados pelo Governo do Povo. Os abraços carinhosos e as reiteradas manifestações de apoio que o ex-prefeito recebeu em todas as ruas e passagens que percorreu demonstra que essa semente de rebeldia está mais viva do que nunca.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Seu compromisso com o social é imcomparável

De José Itabirici Junior

Prezado amigo, o povo de Belém sente saudades do melhor prefeito de todos os tempos. Seu compromisso com o social é imcomparável,orgulha-me ter participado de seu governo.Tenho costume de fazer minhas pesquisas junto ao taxista,ao barbeiro, ao vendedor de açai, aos ambulante em geral ,ao micro empreendedor,aos pequenos e médios empresários enfim as diversas classes sociais e é impressionante o carinho e admiração que as pessoas tem por você.

A esperança de sua volta ao cenário politico enche de alegria aqueles que durante sua gestão tiveram atenção e respeito pelo ser humano, principalmente a camada mais pobre da população.

A sua coerência ideológica define perfeitamente seu carater e compromisso com os mais humildes. Tenha certeza Edmilson você é um exemplo do que existe de bom na politica ,o que nos dá força para continuarmos em busca da sociedade justa, fraterna e igualitária que tanto acreditamos.Receba um forte abraço de quem te estima e admira. Professor Itabirici. "Viva o Socialismo".

Deu no jornal






Diário do Pará - RD