domingo, 9 de maio de 2010
Mãe-Terra, fonte de todas as vidas
O pequeno Xikrin toma seu banho de ervas.
Em sua língua, ele é um me-karore, recém-nascido.
A lente capta o momento exato em que a água limpa e clara passeia sobre seu corpinho, em íntima e telúrica relação com o da mãe, provedora e protetora.
A avó, no momento do parto, já havia untado o indinho com urucu, e com a palma da mão aquecida sobre o fogo, massageara sua testa e a parte posterior da cabeça.
Assim, desde muito cedo, a nova vida Xikrin recebera a proteção espiritual e material de seus parentes.
São lições que nossos irmãos e irmã da floresta não cansam de nos lançar, como canoas luminosas, em meio ao rio-mar cada vez mais bravio.
Resta saber se estamos à altura dos enormes e arriscados desafios nesta virada da primeira década do século 21.
E, mais importante, se estamos abertos a aprender - e aprender sempre, antes que seja tarde demais.
Foto: Lux Vidal (Morte e vida de uma sociedade indígena brasileira: os Kayapó-Xikrin do rio Cateté. São Paulo, HUCITEC, Ed. da Universidade de São Paulo, 1977).
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