sexta-feira, 15 de outubro de 2010

NENHUM VOTO A SERRA

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) mereceu a confiança de mais de um milhão de brasileiros que votaram nas eleições de 2010. Nossa aguerrida militância foi decisiva ao defender nossas propostas para o país e sobre ela assentou-se um vitorioso resultado.

Sentimos-nos honrados por termos tido Plínio de Arruda Sampaio e Hamilton Assis como candidatos à presidência da República e a vice, que de forma digna foram porta vozes de nosso projeto de transformações sociais para o Brasil. Comemoramos a eleição de três deputados federais (Ivan Valente/SP, Chico Alencar/RJ e Jean Wyllys/RJ), quatro deputados estaduais (Marcelo Freixo/RJ, Janira Rocha/RJ, Carlos Giannazi/SP e Edmilson Rodrigues/PA) e dois senadores (Randolfe Rodrigues/AP e Marinor Brito/PA). Lamentamos a não eleição de Heloísa Helena para o Senado em Alagoas e a não reeleição de nossa deputada federal Luciana Genro no Rio Grande do Sul, bem como do companheiro Raul Marcelo, atual deputado estadual do PSOL em São Paulo.

Em 2010 quis o povo novamente um segundo turno entre PSDB e PT. Nossa posição de independência não apoiando nenhuma das duas candidaturas está fundamentada no fato de que não há por parte destas nenhum compromisso com pontos programáticos defendidos pelo PSOL. Sendo assim, independentemente de quem seja o próximo governo, seremos oposição de esquerda e programática, defendendo a seguinte agenda: auditoria da dívida pública, mudança da política econômica, prioridade para saúde e educação, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, defesa do meio ambiente, contra a revisão do código florestal, defesa dos direitos humanos segundo os pressupostos do PNDH3, reforma agrária e urbana ecológica e ampla reforma política – fim do financiamento privado e em favor do financiamento público exclusivo, como forma de combater a corrupção na política.

No entanto, o PSOL se preocupa com a crescente pauta conservadora introduzida pela aliança PSDB-DEM, querendo reduzir o debate a temas religiosos e falsos moralismos, bloqueando assim os grandes temas de interesse do país. Por outro lado, esta pauta leva a candidatura de Dilma a assumir posição ainda mais conservadora, abrindo mão de pontos progressivos de seu programa de governo e reagindo dentro do campo de idéias conservadoras e não contra ele. Para o PSOL, a única forma de combatermos o retrocesso é nos mantermos firmes na defesa de bandeiras que elevem a consciência de nosso povo e o nível do debate político na sociedade brasileira.

As eleições de 2002, ao conferir vitória a Lula, traziam nas urnas um recado do povo em favor de mudanças profundas. Hoje é sabido que Lula não o honrou, não cumpriu suas promessas de campanha e governou para os banqueiros, em aliança com oligarquias reacionárias como Sarney, Collor e Renan Calheiros. Mas aquele sentimento popular por mudanças de 2002 era também o de rejeição às políticas neoliberais com suas conseqüentes privatizações, criminalização dos movimentos sociais – que continuou no governo Lula -, revogação de direitos trabalhistas e sociais.

Por isso, o PSOL reafirma seu compromisso com as reivindicações dos movimentos sociais e as necessidades do povo brasileiro. Somos um partido independente e faremos oposição programática a quem quer que vença. Neste segundo turno, mantemos firme a oposição frontal à candidatura Serra, declarando unitariamente “NENHUM VOTO EM SERRA”, por considerarmos que ele representa o retrocesso a uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País. Ao mesmo tempo, não aderimos à campanha Dilma, que se recusou sistematicamente ao longo do primeiro turno a assumir os compromissos com as bandeiras defendidas pela candidatura do PSOL e manteve compromissos com os banqueiros e as políticas neoliberais. Diante do voto e na atual conjuntura, duas posições são reconhecidas pela Executiva Nacional de nosso partido como opções legítimas existentes em nossa militância: voto crítico em Dilma e voto nulo/branco. O mais importante, portanto, é nos prepararmos para as lutas que virão no próximo período para defender os direitos dos trabalhadores e do povo oprimido do nosso País.

Executiva Nacional do PSOL – 15 de outubro de 2010.

2 comentários:

  1. CAMARADAS, acompanho este blog há muito, mas é deplorável, em seu bojo, contemplar expressões como "nenhum voto a Serra" ou "voto crítico em Dilma". A primeira assertiva já demonstra um posicionamento, ainda que dúbio entre votar no PT ou anulação do voto. Já a segunda, complementa a primeira, direcionando claramente em quem se deve votar, na Dilma, e aida abusa de um toque eufemístico "filho da puta" do tipo... voto crítico.
    As candidaturas do PSOL, partido do qual sou filiado desde 2005 e que ajudo a construir, foram marcadas em 2010 pela oposição programática, na forma e no conteúdo, aos PT´s, PSDB´s e PV´s da vida. Mas agora, ludibriam o povo que confiou nas idéias e naqueles que estão inseridos no partido de forma mais incisiva para INSTAURAR O VOTO DE CABRESTO.
    Foi uma infelicidade de quem postou essa opinião neste blog, principalmente quando o imagem está ligada ao Edmilson (quero crer que o mais novo deputado nada saiba ainda, e quando souber busque um retratamento sobre a matéria!). O PSOL, para a manutanção da coerência, não deve apoiar ninguém, nem amarelos, nem vermelhos-rosas.
    O acerto então onde está? Na anulação de votos. Na desvinculação total que parte direção executiva vem fazendo com este partido, em nível regional ou nacional, a de um "ptzinho". Quero lembrar-los que o povo escolheu o PSOL (e demais partidos como PSTU, PCB), como oposição clara e coerente nas urnas, não por acaso, mas foi porque foram claramente oposição às elites dominantes, e posição às classes subalternas. O PSOL não é "ptzinho" é estrela de grandeza, é "SOLZÃO".
    Estamos criando, portanto, identidade ao longo de um lustro temporal e confio que a executiva não cometerá os erros crassos de outrora, apoiano candidaturas dúbias e comprometidas com os interesses avessos ao do povo humilde. EM 2010, NÃO HAVERÁ ESPAÇO NEM PARA ANA BURRA, NEM DILMA ROUBALHEIRA. POR ISSO O VOTO É NULO! E se houver alguém deste partido que pense o contrário é melhor mudar de legenda, aliás voltar aquela legenda antiga, de onde não deveria ter saído, pois no PSOL ficam aqueles e aqueles que sonham e lutam pela efetivação do socialismo/comunismo, com ética, respeito e compromisso. Pois no PSOL, o membro não visa "empreguinho", nem é afilhado político de A, B ou C (para dever favores, pois estes são com o povo), por isso vedemos exercer nossa autonomia, nosso juízo crítico, pelo Sumo-Bem.

    NEM ANA BURRA!
    NEM DILMA ROUBALHEIRA!
    NEM JOSÉ MERDA!
    NEM LADRÃO JATEVE!

    PSOL É 50!
    NO DIA 31/10/10 é "50" e CONFIRMAR!



    Wagner Wendell

    Historiador, estudante de Adminstração e Direito; funcionário do Banco do Brasil e delegado sindical; presidente do Centro Comunitário Rua do Fio/Telégrafo e coordenador de movimentos sócio-culturais como o ARAGRA (Articulação Revoluconária Antônio Gramsci).

    contatos:
    81555006 ou wagnerwendell@hotmail.com

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  2. Estive já por aqui e cá estou outra vez. Belo espaço para as letras, para a poesia, para o pensamento... para tornarmos mais claros nossos caminhos! Ao mesmo tempo em que te mobilizo para removermos este triste índice de 2 livros/ano por leitor brasileiro (na Argentina são dezoito livros/ano),
    te convido a conhecer meus romances. Em meu blog, três deles estão disponíveis inclusive para serem baixados “de grátis”, em formato PDF.
    Um grande abraço e boa leitura!

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