"Eu, juntamente, com os outros cientistas, participei de uma avaliação crítica do que será feito nessa região. Analisamos documentos onde foram registradas as análises críticas (que são muitas!) do relatório de impacto ao Rio Xingu. No que tange a fauna de peixes, uma que eu considero bastante significativa é o fato de que cerca de 30 a 40% das espécies da região ainda não são conhecidas. Então, corremos o risco de perder espécies que ainda não estudamos. Talvez seja um preço a pagar pelo desenvolvimento, mas nós precisamos saber qual é esse preço e para isto precisa existir um “material-testemunha” destas espécies para possamos, eventualmente, saber o que foi perdido. A forma como foram feitos os levantamentos para viabilizar o projeto de Belo Monte não permite que localizemos o material que foi estudado e consultado."
Paulo Buckup é graduado em Zoologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e mestre em Oceanografia Biológica pela Universidade Federal do Rio Grande. Pela University Of Michigan realizou o mestrado em Biologia e o doutorado em Biological Sciences. É pós-doutor pelo Field Museum Of Natural History. Atualmente, é professor pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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