quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ibama fecha garimpo que contaminava índios

O Ibama, a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai), com o apoio do Exército e da Força Nacional, desmontaram um garimpo de ouro dentro da Terra Indígena Kayapó, a 160 km de Redenção, no sul do Pará. Há suspeitas de que o garimpo vinha contaminando com mercúrio os rios da região, principalmente o rio Fresco, um dos afluentes do Xingu. A ação, batizada de Operação Bateia, aconteceu entre os dias 19 e 21 de outubro, mas só agora o Ibama liberou as informações.

Cerca de 300 pessoas, entre elas mulheres e crianças, foram retiradas dos limites da área protegida, com apoio de um helicóptero militar, e conduzidas a Redenção e Cumaru do Norte. Segundo a Funai, cresceu o número de reclamações dos índios sobre doenças associadas à substância em todas as 14 aldeias kayapó localizadas abaixo da área da extração ilegal. Peritos da Polícia Federal e da Coordenação Geral de Emergências Ambientais do Ibama coletaram amostras da água em 15 pontos do garimpo para medir o nível de mercúrio. Se confirmada a contaminação, a área poderá ser isolada até para os índios.

O garimpo foi tomado sem resistência na manhã de terça-feira (19). Na área protegida, onde deveria haver floresta amazônica intocada, os agentes federais e os militares encontraram 160 hectares de terra arrasada pela mineração ilegal. Pelo menos 30 minas foram abertas pelos garimpeiros, deixando para trás desmatamento, solo exposto e grandes lagoas de água contaminada para trás.

O setor especializado da Polícia Federal destruiu com explosivos uma pista de pouso de 440 metros de extensão que era um dos acessos dos garimpeiros à terra indígena, além de 40 dragas e um grupo gerador de 25 kwa. Cinco espingardas e 6 kg de mercúrio também foram apreendidos. Ações periódicas de monitoramento serão realizadas pela PF, Funai e Ibama para impedir o retorno dos garimpeiros à reserva kayapó. (DOL, com informações do Ibama)

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