por Marcos Verlaine
Foram 21 anos de ditadura militar, com exílios, prisões, desaparecimentos e mortes dos que combateram o regime dos generais. Em nenhum dia, desde que o regime de exceção foi instaurado no País, em 1º de abril de 1964, os patriotas deixaram de lutar por liberdades, incluído aí o direito de votar para escolher livremente os governantes.
Conquistado esse direito, com a promulgação da Constituição de 1988, não sem luta e luto, eis que milhões, a cada eleição deixam de votar para viajar e curtir o feriado prolongado, como foi o caso desta votação, em segundo turno, no dia 31 de outubro.
E o pior é que seria plenamente possível votar cedo e viajar, depois de o direito cívico-político ter sido exercido plenamente.
Mas por que quase 30 milhões de brasileiros deixaram de votar nesse segundo turno? É preciso investigar esse fenômeno, que levou 21% dos eleitores a não votarem para presidente da República, por exemplo.
Para se ter uma ideia da grandeza deste número, Collor foi eleito presidente da República, em 1989, em segundo turno, com 35.089.998 votos contra 31.076.364 votos dados a Lula.
A democracia representativa, como é o caso da brasileira, para se consolidar e se fortalecer, precisa da participação efetiva do povo. E as eleições são o momento de coroação desse processo político, que é diuturno.
Passado o momento de confrontos, paixões e polarizações normais em uma disputa eleitoral, é preciso agora discutir os reais problemas sociais, econômicos e políticos brasileiros. Mãos à obra.
MARCOS VERLAINE é jornalista e analista político, é assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Publicado no Congresso em Foco
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