O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) participou neste sábado, 17, da audiência pública da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em Marabá. Ao lado da membro da CNV, Maria Rita Khel e de Paulo Fonteles, da Comissão Paraense da Verdade, ele ouviu vários depoimentos emocionantes de índios e trabalhadores rurais que foram torturados, violentados e viram companheiros e familiares morrerem durante a guerrilha do Araguaia. Aaudiência foi realizada no plenário da Câmara Municipal de Marabá, que estava lotada de trabalhadores rurais e indígenas da região, que testemunharam esses capítulo ainda obscuro da História do Brasil. Essa foi a oitava audiência pública realizada pela CNV, que pela primeira vez foi ouvir depoimentos fora de uma capital. Em seu pronunciamento, Edmilson Rodrigues destacou a sua emoção em ouvir tantos depoimentos fortes de violação de direitos humanos e de crimes contra a humanidade. "Fiquei emocionado e muito constrangido como cidadão brasileiro ao ver o vídeo em que ministro do interior, vice-presidente da República e até membros da direção da Funai vêem índios carregarem uma pessoa em um pau-de-arara. Sabemos que houve censura naquela época, mas também houve medo de jornalistas e a conivência dos veículos de comunicação que deixaram escondidas por mais de 40 anos essas imagens da nossa história. Não podemos deixar essa história esquecida porque esses crimes contra a humanidade não prescrevem e o povo precisa conhecer a sua história porque isso é fundamental para o fortalecimento da democracia e para a construção de uma sociedade mais justa e feliz", destacou Edmilson. O líder do PSOL também ressaltou que é autor de um projeto de lei que cria a Comissão Estadual da Verdade. Porém, o projeto de lei teve parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) e por isso nunca foi aprovada."Mas, na última vinda da CNV ao Pará, o governador Simão Jatene se comprometeu em criar a Comissão Estadual da Verdade no Pará e, na ocasião eu destaquei o seu comprometimento porque acredito que não importa de quem é a autoria, mas que a verdade dessa história seja resgatada. Por isso, quero dizer que espero que o governador crie, de fato, essa comissão para que o povo do Pará e do Brasil conheçam a sua verdadeira história", disse Edmilson. "Sinto-me feliz de poder testemunhar esses depoimentos tão emocionantes e que repõem a verdade e mantém vivo esse espírito de resistência forte aqui em Marabá. A Comissão da Verdade é um ganho da nossa democracia e espero que ela possa avançar muito porque se é possível ler manchetes nos jornais que dão conta de que no Uruguai, no Chile e na Argentina os algozes são presos, por que aqui no Brasil sempre que se fala nisso, cria-se todo um aparato para dizer que estamos incentivando o ódio?", questionou o deputado, acrescentando que o que se quer é a verdade. O deputado estadual e prefeito eleito de Marabá, João Salame, também participou da audiência pública da CNV e falou do trabalho que está presidindo de encerramento da CPI do Tráfico Humano, comissão que o deputado Edmilson também tem atuação forte e que também recolhe inúmeros depoimentos de crimes de violação de direitos humanos. "É um prazer enorme travar debates na Alepa, muitas vezes até acalorados, com o Edmilson Rodrigues, que se tornou um amigo naquele parlamento. E tenho certeza que Belém perdeu em não elegê-lo prefeito daquela bela capital e que o tempo haverá de revelar que ele teria sido a melhor escolha", disse Salame. "Independente de se concordar ou não com o fato dos guerrilheiros do Araguaia terem pego em armas para enfrentar o regime militar, não há dúvida de que eles foram os maiores patriotas desse país e vieram para cá porque conviveram com a comunidade local e todos os relatos que temos é que eles tratavam os camponeses com respeito e carinho, o que tem a ver com a visão de mundo que eles tinham. Portanto, não se pode concordar que eles tenham sido torturados e mortos e que esses crimes contra a humanidade tenham ficado impunes", concluiu Salame, que também anunciou, na ocasião, que no dia 5 de abril do ano que vem, na ocasião do aniversário de 100 anos de emancipação de Marabá, fará um decreto de criação da Comissão Marabaense da Verdade.
sábado, 17 de novembro de 2012
Mandato em movimento: em defesa da verdade e da liberdade!
O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) participou neste sábado, 17, da audiência pública da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em Marabá. Ao lado da membro da CNV, Maria Rita Khel e de Paulo Fonteles, da Comissão Paraense da Verdade, ele ouviu vários depoimentos emocionantes de índios e trabalhadores rurais que foram torturados, violentados e viram companheiros e familiares morrerem durante a guerrilha do Araguaia. Aaudiência foi realizada no plenário da Câmara Municipal de Marabá, que estava lotada de trabalhadores rurais e indígenas da região, que testemunharam esses capítulo ainda obscuro da História do Brasil. Essa foi a oitava audiência pública realizada pela CNV, que pela primeira vez foi ouvir depoimentos fora de uma capital. Em seu pronunciamento, Edmilson Rodrigues destacou a sua emoção em ouvir tantos depoimentos fortes de violação de direitos humanos e de crimes contra a humanidade. "Fiquei emocionado e muito constrangido como cidadão brasileiro ao ver o vídeo em que ministro do interior, vice-presidente da República e até membros da direção da Funai vêem índios carregarem uma pessoa em um pau-de-arara. Sabemos que houve censura naquela época, mas também houve medo de jornalistas e a conivência dos veículos de comunicação que deixaram escondidas por mais de 40 anos essas imagens da nossa história. Não podemos deixar essa história esquecida porque esses crimes contra a humanidade não prescrevem e o povo precisa conhecer a sua história porque isso é fundamental para o fortalecimento da democracia e para a construção de uma sociedade mais justa e feliz", destacou Edmilson. O líder do PSOL também ressaltou que é autor de um projeto de lei que cria a Comissão Estadual da Verdade. Porém, o projeto de lei teve parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) e por isso nunca foi aprovada."Mas, na última vinda da CNV ao Pará, o governador Simão Jatene se comprometeu em criar a Comissão Estadual da Verdade no Pará e, na ocasião eu destaquei o seu comprometimento porque acredito que não importa de quem é a autoria, mas que a verdade dessa história seja resgatada. Por isso, quero dizer que espero que o governador crie, de fato, essa comissão para que o povo do Pará e do Brasil conheçam a sua verdadeira história", disse Edmilson. "Sinto-me feliz de poder testemunhar esses depoimentos tão emocionantes e que repõem a verdade e mantém vivo esse espírito de resistência forte aqui em Marabá. A Comissão da Verdade é um ganho da nossa democracia e espero que ela possa avançar muito porque se é possível ler manchetes nos jornais que dão conta de que no Uruguai, no Chile e na Argentina os algozes são presos, por que aqui no Brasil sempre que se fala nisso, cria-se todo um aparato para dizer que estamos incentivando o ódio?", questionou o deputado, acrescentando que o que se quer é a verdade. O deputado estadual e prefeito eleito de Marabá, João Salame, também participou da audiência pública da CNV e falou do trabalho que está presidindo de encerramento da CPI do Tráfico Humano, comissão que o deputado Edmilson também tem atuação forte e que também recolhe inúmeros depoimentos de crimes de violação de direitos humanos. "É um prazer enorme travar debates na Alepa, muitas vezes até acalorados, com o Edmilson Rodrigues, que se tornou um amigo naquele parlamento. E tenho certeza que Belém perdeu em não elegê-lo prefeito daquela bela capital e que o tempo haverá de revelar que ele teria sido a melhor escolha", disse Salame. "Independente de se concordar ou não com o fato dos guerrilheiros do Araguaia terem pego em armas para enfrentar o regime militar, não há dúvida de que eles foram os maiores patriotas desse país e vieram para cá porque conviveram com a comunidade local e todos os relatos que temos é que eles tratavam os camponeses com respeito e carinho, o que tem a ver com a visão de mundo que eles tinham. Portanto, não se pode concordar que eles tenham sido torturados e mortos e que esses crimes contra a humanidade tenham ficado impunes", concluiu Salame, que também anunciou, na ocasião, que no dia 5 de abril do ano que vem, na ocasião do aniversário de 100 anos de emancipação de Marabá, fará um decreto de criação da Comissão Marabaense da Verdade.
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