terça-feira, 14 de setembro de 2010

O circo Brasil


Por Ana Carolina de Oliveira Rodrigues (*)

Como a maioria dos jovens de hoje, participo das redes sociais de relacionamento (Orkut, twitter, facebook etc.) E Navegando na internet esses dias, fiquei impressionada com a quantidade de pessoas declarando voto ao candidato Tiririca, que todos devem conhecer. O avanço tecnológico, que possibilitou a democratização da informação, como no caso da internet, não vem apenas como mais um portal de expressão e discussão. Ela pode também prestar um desserviço a sociedade quando usada para estimular a alienação diante de um processo importante como as eleições. Diferente dos jovens do passado, que precisavam ir às ruas pra mostrar a sua indignação com as injustiças do mundo, nós temos ferramentas de comunicação que podem levar nosso grito além. As bandeiras de luta continuam existindo. O que parece estar deixando de existir é a consciência dos jovens diante da situação política e social do País, o interesse pelo bem coletivo, a capacidade de se indignar com as práticas desse modelo excludente e cruel representado pelo capitalismo. Fazendo o caminho inverso, a juventude assiste passivamente o circo em que se transformou a política no Brasil. Elege por pura brincadeira candidatos caricatos e ignorantes, usados como marionetes para servir aos interesses dos responsáveis pela concentração de riqueza nas mãos de uma minoria, e a imposição da miséria na vida de trabalhadores. Como se estivessem à parte de um processo que pode transformar a história de um País. É triste ver que usam o seu voto, um direito que assegura a sua cidadania, pra fazer piada, enquanto o dinheiro público enche os cofres de políticos e empresários bandidos, tirando a comida do prato de milhões de brasileiros que sobrevivem à pobreza e apesar de tudo continuam sonhando com um futuro digno e feliz.

Ana Carolina de Oliveira Rodrigues é estudante de Pedagogia da UFPA
Publicado no Ponto de Pauta

2 comentários:

  1. Nós também temos os nossos Titiricas. Temos também ficha suja, pedófilo e outros dessa estirpe.

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  2. Parte da culpa por esta situação cabe aos muitos educadores, em todos os níveis, que não se "envolvem" nos debates políticos contribuindo, assim, para a não elevação do nível de consciência de nossa juventude. E não me venham falar em apartidarismo, neutralidade ou dizer que isso seria fazer lavagem cerebral. Eu falo em debater, seja em que discliplina for, os problemas nacionais e locais na perscpectiva de construir, coletivamente, possíveis soluções. O voto consciente vem como consequência.

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